O Dia

RIO SEM COMBUSTÍVE­L

Exército e PM escoltam saída de caminhões-tanque da Refinaria Duque de Caxias, mas só para manter serviços essenciais. Caminhonei­ros continuam no local

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Ocombustív­el acabou no Rio. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíve­is do município (Sindcomb), os postos da cidade não tem mais gasolina, álcool e diesel desde a noite de ontem. A conclusão da associação dos postos veio por amostragem. O Sindcomb vistoriou estabeleci­mentos em várias regiões da cidade e não achou uma gota nas bombas.

Por causa da falta de combustíve­l, hoje, o sistema de transporte público vai reduzir as frotas ainda mais, exemplo dos ônibus, ou simplesmen­te não vai operar, caso das Barcas Rio-Niterói.

Sem combustíve­l nos postos, as Forças Armadas foram buscar o precioso líquido direto na fonte. Uma tropa da Polícia do Exército esteve, à tarde, na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense, e saiu de lá escoltando um caminhão-tanque. Os militares alegaram que o combustíve­l será usado em serviços essenciais, entre os quais, encher o tanque dos carros da Polícia e Exército. Outros caminhões-tanques foram vistos saindo da Reduc, mas, escoltados por viaturas da PM. A Petrobras não se pronunciou sobre a ida do Exército à refinaria. A Associação Nacional das Distribuid­ores de Combustíve­is informou que as carretas estão saindo escoltadas de diversas bases do país, entre elas a de Caxias, na Baixada. A entidade assegurou que as distribuid­oras estão prontas para retomar o abastecime­nto ao mercado tão logo as vias sejam liberadas e a segurança das operações esteja garantida. Mas, advertiu que o abastecime­nto pleno do mercado levará alguns dias para ser normalizad­o.

Enquanto isso, os postos cariocas só oferecem Gás Natural Veicular (GNV). Mesmo assim o motorista deve se preparar para perder tempo na fila. Que o diga Felipe Rodrigues, 56, cujo carro teve pane seca no Flamengo. Ele e as caronas tiveram que empurrar o Logan até o posto da Cruz Vermelha, para abastecer com GNV.

Ontem à tarde já era raro encontrar combustíve­is líquidos. A reportagem do DIA percorreu diversos bairros da Zona Oeste do Rio, como Santa Cruz, Realengo, Bangu e Santíssimo, só encontrand­o um posto com gasolina disponível em Campo Grande. No local, além das longas filas de carros, foi flagrada a venda de combustíve­l em galões, prática ilegal. O último posto com gasolina foi o Ipiranga, da Praça da Bandeira, que é recordista de bicos (76).

Apesar de o Presidente Michel Temer ter anunciado na TV que determinar­a às Forças Armadas que desbloquea­ssem as rodovias e acessos às distribuid­oras e refinarias de combustíve­l, centenas de caminhonei­ros autônomos continuava­m ocupando, até a noite de ontem, a pista lateral da Washington Luís, sentido Petrópolis, bloqueando a chegada à Reduc. A manifestaç­ão era acompanhad­a de perto por policiais rodoviário­s federais e PMs. “Não temos compromiss­o com o acordo feito com o Governo. O movimento do povo e vai continuar”, afirmou o caçambeiro Francisco Jose, o Chicão.

Distribuid­oras dizem que, mesmo com desobstruç­ão, reabasteci­mento levará alguns dias

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FERNANDA DIAS Com menos ônibus, eram longas as filas para voltar para casa no Terminal Américo Fontenelle, que tem saídas para a Baixada
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AFP PHOTO / MAURO PIMENTEL MAÍRA COELHO / AGÊNCIA O DIA Na Rodovia Washington Luiz, em Caxias, caminhões ocuparam a faixa lateral próximo à Reduc, mas houve interdição total em alguns momentos
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FOTO: DANIEL CASTELO BRANCO Agentes da PRF acompanham o protesto de caminhonei­ros na Reduc
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Em posto de Campo Grande, frentista enche galão, que é ilegal

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