O Dia

Italiano de nascimento e tricolor de coração

Jornalista, que dedicou 33 anos ao jornal O DIA, era conhecido por seu bom humor

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Faleceu na tarde de sábado o jornalista Giuseppe Amato, 64 anos, sendo 33 deles dedicados ao jornal O DIA. Italiano de Nápoles, Giuseppe veio ainda bebê para o Brasil e logo se apaixonou pelo Fluminense, clube que carrega as mesmas cores do pavilhão de seu país de nascença. Deu o pontapé na carreira de jornalista no extinto Jornal dos Sports, em 1975.

Em 1979, ingressou no DIA, onde permaneceu até o fim de 2012. Por causa de seu 1,60m de altura foi batizado pelo redator Ernesto Senna com o apelido que carregaria durante toda vida e pelo qual os amigos o chamavam: Meinha, em alusão ao jogador Neinha, tão baixinho quanto ele, que à época fazia sucesso no futebol do Nordeste e, coincident­emente, mais tarde jogaria pelo Fluminense. Orgulhoso de suas raízes, Giuseppe valorizava a família, a massa e dividia com os amigos de redação a famosa berinjela, saboreada sempre perto do Natal: “Tá gostoso? É receita da mamma”, gabava-se.

Alegre, divertido, brincalhão, barulhento, Giuseppe conquistav­a o coração de cada um em pouco tempo. Era dono de bordões inesquecív­eis, repetidos até hoje pelos amigos. “Dá licença, querido!”, “Sabe nada” e “Alô, online”, quando queria se comunicar com os colegas do site do jornal, abrindo mão do telefone e apelando para o potente gogó. E quando pediam silêncio durante um de seus volumosos momentos? “Tá incomodado, querido? Vai trabalhar no cemitério, pô!”. Em dias de jogos do Fluminense, era um ritual que se repetia. Bandeira e camisa espalhados na mesa e, na hora do gol, um grito indefectív­el: “Éééééééééé­é!”

Paixão pelo Tricolor que levou até o último momento. Foi traído pelo coração verde, grená e branco dentro de casa, em Vista Alegre, Zona Norte do Rio. Ao seu lado, como sempre, estavam a bandeira e a camisa do Fluminense, bem no dia da vitória sobre a Chapecoens­e.

Giuseppe, ou Meinha para os mais chegados, deixa a mulher Carla, os filhos Gian, Giovanna e Giulia, e uma lista intermináv­el de amigos, que certamente vão se lembrar de sua figura incomparáv­el e de suas frases de efeito. O sepultamen­to foi realizado ontem à tarde no Cemitério do Irajá.

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REPRODUÇÃO Giuseppe e a paixão pelo Flu: inseparáve­is até o último momento
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