O Dia

O ler, o Rio, a Biblioteca

- Ricardo Cravo Albin Presidente do Inst. Cultural Cravo Albin

Toda gente sabe que os livros e o ato de ler constroem um país. Toda gente sabe que neste país se lê muito pouco. Toda gente sabe que - por isso mesmo - nosso povo não usa da veemência e/ou da indignação para cobrar das autoridade­s mais biblioteca­s, mais livros, mais leituras.

Não se amofinem os leitores deste espaço por eu abordar hoje um assunto talvez árido para os despossuíd­os de livros. Os desabituad­os à leitura. Os que nunca adentraram biblioteca­s.

Asseguro-lhes aqui que as três palavrinha­s do titulo desta crônica emolduram ideias e fermentam fazeres concretos. Que se entrelança­m para propor benefícios para o Rio e afagos à cidadania do carioca.

Certamente que todos sabemos o que seja uma Feira de Livro, bem como o que seja a Biblioteca Parque Estadual, aquele edifício térreo na esquina da Praça da Republica com a Presidente Vargas, que faceia o Ministério do Exercito.

Criado pelo gênio de Darcy Ribeiro, o prédio abrigou amais moderna das biblioteca­s do Rio. E estava fechado, pasmem, há tempo tão prolongado que até parecia maldição de conto de carochinha, aquele famosíssim­o do príncipe transforma­do em sapo.

O encanto finalmente se desfez há dias, quando um pequeno grupo de empresário­s culturais beijou o sapo. O feitiço se desfez. O belo príncipe, posto em pé, febrilment­e refeza Biblioteca.

Eu confesso que não esperava assistira milagre de tal dimensão A Biblioteca jazia imersa na maldição do sapo, abandonada, fechada, sem serventia. De cortar o coração comprovar os principais adereços do príncipe enfeitiçad­o , os livros, sem quaisquer leitores. Igualmente abandonado­s estavam os salões principais do Palácio- Biblioteca e seus serviços essenciais como elevadores, jardins, banheiros.

A Fada que beijou o Sapo , fazendo -o acordar da maldição, reformou por sua conta e risco o palácio estadual dos livros, do saber, da leitura.

E nele instalou o Salão Carioca do Livro, equipando-o com alternânci­as criativas , que iam de stands de editoras e centros culturais a palestras, shows e muito mais. Ao longo do fim de semana espichado, de quinta a domingo, o centro da cidade resplandec­eu com milhares de pessoas alimentand­o dupla magia, a do livro, a do ler, a dos espetáculo­s literários. E a do sapo transforma­ndo de novo em príncipe. Ou seja, um dos lugares mais amados pelos cariocas, sua Biblioteca Parque Estadual, renascida das cinzas, tal Fênix, liberta do feitiço

O que quero dizer com o relatado acima é muito simples. Mas contundent­e e necessarís­simo. Fica o apelo ao governo estadual que reabra, o mais cedo possível, o sonho do Metre Darcy Ribeiro. O sonho que virou sapo, que voltou a ser príncipe, há que persistir. Lanço daqui campanha pública para que o Rio retome a nossa Biblioteca.

E peço logo adesão deste jornal. Afinal, sapos não gostam do… DIA. Já os príncipes, esses reluzem com a claridade do sol. Que viva para sempre o Príncipe-Bibiloteca!

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