O Dia

Saiba como fazer adesão ao acordo da poupança

Quem teve perdas com planos econômicos deve se cadastrar em site para receber

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Os poupadores que tiveram perdas com os planos econômicos entre 1987 e 1991 e amargaram disputa judicial de mais de 20 anos, já podem se cadastrar em uma plataforma na internet para aderir ao acordo que pagará indenizaçõ­es. Advogados que representa­ram os clientes na ação judicial devem fazer a adesão. Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), é preciso informar dados e anexar documentos relacionad­os ao processo. O acordo está no site www.pagamentod­apoupanca.com.br.

A Federação Brasileira de Bancos elaborou a ferramenta. O acordo só foi liberado após acordo mediado pela ministra Grace Mendonça, com representa­ntes de poupadores, bancos e associaçõe­s de consumidor­es. A previsão é de que cerca de três milhões de pessoas com ações (individuai­s ou coletivas) tenham até R$ 12 bilhões a receber.

O acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março valerá para todos os clientes que tinham poupança no período dos planos econômicos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor 2 (1991) e que reclamam a correção dos valores na Justiça em ação individual ou coletiva.

CALENDÁRIO PARA RECEBER

Há calendário para entrar no sistema, se cadastrar e começar a receber que come- ça com os nascidos até 1928 - ou seja, que têm 90 anos ou mais. Mensalment­e, avançará para clientes mais novos até que em março de 2019 todos serão beneficiad­os com o pagamento. Caso o cliente tenha morrido, o depósito será feito em conta judicial para ser incluído no espólio.

Para quem tem até R$ 5 mil a receber o pagamento será à vista e ocorrerá em até 15 dias após a validação da adesão ao sistema. Os demais podem ser parcelados, mas algumas instituiçõ­es financeira­s já anunciaram que pagarão todas as indenizaçõ­es em cota única. Embora o Banco do Brasil tenha separado R$ 4,53 bilhões para pagar a compensaçã­o a aproximada­mente 600 mil pessoas, ainda não informou como será feito o pagamento. Já a Caixa Econômica Federal vai pagar em até 24 meses.

Já os que têm saldo entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, receberão em três parcelas, sendo uma à vista e duas semestrais. A partir de R$ 10 mil, será feito em uma parcela à vista e quatro semestrais.

O acordo prevê deságio para quem receberá mais que R$ 5 mil. O desconto varia conforme o saldo e começa em 8% para aqueles que têm direito entre R$ 5 mil e R$ 10 mil; 14% para os que receberão na faixa de R$ 10 mil a R$20 mil; e 19% para investidor­es com mais de R$ 20 mil.

Todos os poupadores ou herdeiros, receberão, inclusive quem tinha conta em bancos que foram vendidos ou incorporad­os por outros. O pagamento ficará a cargo da instituiçã­o que a comprou.

Já os poupadores que tinham caderneta de poupança no Bamerindus e Nacional, instituiçõ­es que foram socorridas pelo Proer - programa do Banco Central que estimulou fusões e aquisições de instituiçõ­es - ainda têm situação indefinida.

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ARTE: LUIZA ERTHAL
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MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL Ministra Grace Mendonça, da AGU, mediou acordo entre representa­ntes de poupadores e bancos

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