O Dia

TÃO SIMPLES E NATURAL

Carla Salle comemora o modo como a série aborda o amor entre duas mulheres e afirma não ser fácil contracena­r com o namorado

- GABRIEL SOBREIRA gabriel.sobreira@odia.com.br

“Oamor entre um homem e uma mulher, uma mulher e outra mulher, um homem e outro homem, o amor tem que ser contado. Toda forma de amor é linda e tem que ser aceita”, defende Carla Salle, a Valquíria de ‘Onde Nascem os Fortes’. Na trama de George Moura e Sergio Goldenberg, a moça é exnamorada de Aldina (Camila Márdila) e agora está apaixonada por Hermano (Gabriel Leone).

“Ela (Valquíria) atravessa uma história que ainda não terminou, que é a história da Maria (Alice Wegmann) e do Hermano. Ela entra em uma história interrompi­da de amor muito forte. Então, ela está pisando em um solo muito instável, inseguro e incerto”, define a niteroiens­e de 26 anos.

AUTOMUTILA­ÇÃO

O histórico da personagem não é muito favorável. Depois de ter sido preterida por Aldina, Valquíria tentou com uma navalha arrancar da pele do seio uma tatuagem feita com a data do namoro com a amada. Com a ferida cicatrizad­a, Valquíria fez uma nova arte na área machucada. “Esse passado de incerteza, inseguranç­a, ciúmes, que a levou a inclusive se autoflagel­ar, esse padrão acaba se repetindo com o Hermano. O passado é uma herança que a gente não pode se abdicar. Em algum momento, ele vem à tona. Ela repete esse comportame­nto, amor sofrido, doído com o Hermano. Não consegue viver o amor de forma livre, tão livre quanto é a cabeça dela”, reforça a atriz.

PARADOXAL

Carla diz que ao mesmo tempo que a personagem é livre e forte, como outras mulheres na supersérie, vive um amor limitador e não libertador. “A partir do momento em que você quer ter a liberdade, você tem que dar a liberdade ao outro. Você não pode querer ser livre e aprisionar o outro. A liberdade é uma via de mão dupla. Ela ama de uma forma que aprisiona o amor, não liberta. Apesar de ser uma mulher livre e decidida. É uma personagem muito paradoxal”, analisa.

CENA COM NAMORADO

Enquanto a funcionári­a da fábrica de bentonita tenta conquistar o coração de Hermano, que não esqueceu Maria, Carla tem a chance de contracena­r com o próprio namorado. Ela e Gabriel Leone namoram há dois anos. “Não acho que facilita porque a gente está acostumado com o amor que a gente conhece. O amor nosso, Carla e Gabriel. Esse amor que estamos construind­o,

Valquíria e Hermano, que nem é exatamente um amor, principalm­ente da parte do Hermano para com a Valquíria, é completame­nte diferente. É uma construção, composição, diferente do que a gente. Não é simples assim: vira aqui e fazer o que a gente já conhece e colocar pra fora um sentimento que a gente já conhece. É um sentimento completame­nte desconheci­do pra gente. É um amor em um outro lugar completame­nte diferente do nosso”, explica.

AMORES

No capítulo de sexta-feira, Valquíria vai reencontra­r Aldina, e elas ficarão mexidas. Carla comemora a maneira como a trama do amor entre duas mulheres é abordada pela supersérie. “Isso é tratado de forma muito simples e natural, como eu acho que deve ser tratado mesmo. Isso não é um tabu, nem na vida dela, nem na trama. Acho que é muito interessan­te a gente poder falar disso de forma muito simples”, conta. “A partir do momento em que qualquer história de amor ofende o outro, ou invade o outro, tem o problema esse outro que está assistindo”, frisa.

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JOÃO MIGUEL JÚNIOR/TV GLOBO REPRODUÇÃO
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FoTos esTevAm AvellAr/Tv globo João ArrAes/DivulgAção Na página ao lado, Carla Salle, Gabriel Leone e Alice Wegmann. Abaixo, Camila Márdila. E a atriz em cenas com Gabriel Leone

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