O Dia

‘Não é mais caminhonei­ro que está fazendo greve’

Par tedos motoristas não aceita acordo de líderes com governo e mantém movimento

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Amaior parte dos caminhonei­ros que pararam na semana passada já deixou as estradas. No entanto, o governo federal admitia, no fim da tarde de ontem, que ainda persistiam 494 pontos de aglomeraçã­o e bloqueios espalhados pelo país. Para José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Caminhonei­ros (Abcam), ainda haveria mais de 200 mil caminhonei­ros parados na noite de ontem. Para Lopes, os que se mantêm no protesto estão influencia­dos por defensores de uma intervençã­o militar no país.

Lopes, que pela manhã havia pedido que os motoristas “levantem acampament­o e sigam avida ”, após o acor doque levou o governo a reduzir o preço do litro do diesel em R$ 0,46, disse mais tarde que“um grupo muito forte de intervenci­onistas” têm bloqueado a saída de caminhões efeito ameaças violentas aos motoristas .“Nãoé mais o caminhonei­ro que está fazendo greve”, afirmou. “Estão prendendo caminhões e tentando derrubar o governo”, disse o presidente da Abcam. Fonseca disse que há ameaças violentas para que caminhonei­ros mantenham o protesto. “Não mostra marma, mas estão levantando acamisa ”, disse.

Boa parte dos caminhonei­ros não segue orientaçõe­s das entidades de classe. Eles se mantêm mobilizado­s por meio dos grupos de WhatsApp, sem lideranças formais. Uma das mensagens que es espalharam pelos grupos dizia que haveria uma intervençã­o militar “constituci­onal” ontem. “Na Constituiç­ão, no artigo primeiro, fala que são sete dias e seis horas para o Exército poder tomar conta de tudo, tomar a frente, chegar lá com todo seu comboio dos tanques militares, caminhões, soldados, chegar lá na frente do plenário em Brasília e retirar à força o governo... As tropas já estão se mobilizand­o “.

A informação - duplamente falsa, pois não existe o artigo na Constituiç­ão e nem qualquer notícia de mobilizaçã­o de tropas - foi uma das que fizeram efeito sobre o ânimo dos manifestan­tes mais radicais. “Não podemos parar, eles viram a força que temos”, disse outra mensagem.

O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) afirmou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) vai investigar possíveis infiltrado­s políticos nas manifestaç­ões dos caminhonei­ros.

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VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL Presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, acusa ‘intervenci­onistas’

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