PREÇOS CONTINUAM ALTOS: LIMÃO A R$ 19,98
> Apesar de não haver mais bloqueios de caminhoneiros nas estradas fluminenses, os impactos nos supermercados e feiras livres do Rio ainda estão presentes. Verduras e legumes, como batata e cenoura, continuam em falta nas prateleiras e os preços altos afastam os consumidores, que reclamam também da qualidade dos alimentos.
No supermercado Mundial do Centro, a dona de casa Marcela Rodrigues deixou de levar mamão e morango por conta do custo. “Os preços de alguns produtos estão absurdos, mais do que o triplo! A expectativa é que no sábado, quando vou à feira livre, tudo já esteja normalizado”, contou ela, que pesquisou preços em dois estabelecimentos.
Em um hortifruti da Lapa, o limão taiti era vendido ontem por R$ 19,98 o quilo. “Só estou comprando pois preciso para um remédio. Eu levava por R$ 6 o quilo, mas acho que os empresários estão aumentando os preços para lucrar com a greve. Ontem, por exemplo, comprei o limão aqui por R$ 15. Fora que a qualidade não está boa”, reclamou a aposentada Cristiane Silva. Já o tomate e a cebola eram vendidos no mesmo local por R$ 9,98.
A qualidade dos itens também foi uma reclamação do comerciante José Gomes, que pesquisou em três supermercados. “O preço vai subindo e a qualidade cai, é incoerente o que os donos dos mercados estão fazendo”, ponderou.
O aviso da possível indisponibilidade de alguns produtos continua na rede de supermercados Extra. Já no Mundial, a caixa de ovos foi limitada por duas dúzias por cliente.
O casal Gloria Regina e Wagner Vidal preferiu esperar para comprar tomate, ovos e limão na próxima semana. “Fiquei impressionada. Vamos aguardar até semana que vem para comprar esses alimentos, enquanto isso vamos substituindo. Temos expectativa de que os mercados normalizem isso logo”, disse Gloria.
O feirante Luiz de Oliveira Fernandes trabalhou ontem em uma feira em Copacabana. Ele contou que estava parado desde a última quinta-feira: “Agora que começamos a receber as mercadorias que vêm da Região Serrana, mas o que vem de outros estados ainda não chegou. Sem carga, não tinha como trabalhar.”
Segundo ele, os fregueses andam reclamando do preço das mercadorias, mas a situação só deve ser normalizada na próxima semana. “Algumas coisas ainda estão acima do normal. A batata e a cenoura, que vêm de fora do Rio, nem chegaram ainda, e devem chegar mais caros. Só esperamos que a situação se normalize logo.”
Queda da qualidade é outra reclamação. ‘É incoerente o que fazem os mercados’, diz José Gomes.