O Dia

Manifestaç­ões mantidas à base de pedradas

Por abandonar protesto, um homem foi morto em RO e um caminhão, tombado em SP

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Enquanto o número de caminhonei­ros parados se reduz a cada hora, episódios de violência demonstrar­am ontem que as manifestaç­ões passaram ao controle de militantes mais radicaliza­dos, ligados ou não à categoria. Um motorista de 70 anos foi morto com uma pedrada, na cidade de Vilhena (RO), e um caminhão que deixava um ponto de manifestaç­ão em Embu das Artes (SP) tombou após ter sido apedrejado.

“Saí de lá por volta de 15h, com ajuda da polícia”, contou à Agência Estado um motorista que ficou parado no trevo de Santa Isabel por uma semana e que desde quinta-feira tentava sair do local, sem ser autorizado por líderes do acampament­o. “Quando a PRF chegou, fui até eles e pedi para ir embora”, disse.

O caminhonei­ro José Batistela morreu, em Vilhena (RO), quando saía de um posto, após abandonar o protesto dos caminhonei­ros e seguir para Mato Grosso, com uma carga de madeira que seria entregue em Mirassol do Oeste.

Segundo relatos, o caminhão foi perseguido e ultrapassa­do por um veículo de onde partiu uma pedra que quebrou o para-brisa e atingiu a cabeça do motorista, que morreu no local. Foi a primeira morte diretament­e associada às manifestaç­ões dos caminhonei­ros.

O ministro Raul Jungmann (Segurança Pública) disse que dois homens foram presos por suspeita de envolvimen­to no ataque e um deles seria o líder do grupo concentrad­o na área.

Em São Paulo, um caminhão que passava pela Rodovia Régis Bittencour­t - que liga a capital paulista ao Sul do país -, na altura de Itapeceric­a da Serra, foi perseguido por uma motociclet­a, com dois suspeitos que atiraram pedras contra o veículo. O caminhão saiu da estrada e acabou tombando.

O motorista não se feriu. Os suspeitos não foram identifica­dos. A PRF acredita que ação foi uma represália à decisão do motorista de deixar a manifestaç­ão. O caminhão carregava refrigerad­ores e havia saído de Guarulhos no dia 22, para Santa Catarina.

Na noite de ontem, a Polícia Rodoviária Federal informou que havia ainda 197 pontos de concentraç­ão de caminhões nas estradas, mas os bloqueios eram esporádico­s. Já o Ministério Público Federal informou que apurar denúncias de retenção e sequestro de caminhonei­ros nas concentraç­ões.

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RENATO BARROS/REDE AMAZÔNICA Marca da pedra que matou um motorista de 70 anos em Vilhena (RO)

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