O Dia

TÁTICA CONTRA A ^

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Em tempos de inseguranç­a nas ruas das grandes cidades, o uso de simulador de direção veicular entrou de vez na rotina dos candidatos a motoristas. O aparelho é uma alternativ­a segura a uma das exigências no processo de habilitaçã­o: as aulas noturnas. No Estado do Rio, 1,3 milhão de alunos já tiveram instruções por meio da inovação tecnológic­a desde 2015, ano em que as autoescola­s passaram a ser obrigados a oferecê-la. É o que diz a Associação Nacional dos Fabricante­s de Simuladore­s Profission­ais (ANFASP).

“Os alunos estão expostos a muitos riscos, tendo em vista que eles não têm experiênci­a, conduzem em velocidade reduzida e precisam parar a todo momento. Assim, as aulas no simulador são uma alternativ­a indicada para fugir da violência. As instruções noturnas podem ser feitas durante o dia”, explica Renata Herani, presidente do Conselho Deliberati­vo da Anfasp.

Rafael Conceição, dono da rede de autoescola­s Dirija, concorda. “Hoje, tirar não somente o aluno como também o instrutor e o carro da autoescola para realização das aulas noturnas é expô-los ainda mais ao risco”, comenta.

CUSto

A oferta de simuladore­s é uma exigência do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) há três anos. Mas nem todas as autoescola­s acataram. Dados da ANFASP mostram que, dos 650 centros de formação cadastrado­s no Estado do Rio, 50 não disponibil­izam o serviço até hoje. Entre os motivos alegados, está o aumento de custo tanto para o aluno quanto para os proprietár­ios das empresas. Um candidato, por exemplo, tem que pagar, em média, R$ 350 reais a mais para a inclusão das instruções por meio do equipament­o.

Hoje, a legislação obriga o candidato a fazer cinco aulas noturnas. “A vantagem do simulador é que as instruções abrangem situações que raramente encontrarí­amos nas aulas práticas, Simuladore­s de direção veicular são uma opção cada vez mai usada para fugir das aulas noturnas em cidades violentas. no rio, nem todas as autoescola­s aderiram

como ladeira, piso molhado e até acidentes”, conta Cláudio da Silva, aluno da autoescola Sandro, no Centro.

No entanto, para José Augusto Meireles, presidente do Sindicato dos Instrutore­s de Trânsito do Rio de Janeiro (SIEAERJ), o sistema não oferece aprendizad­o necessário para o futuro motorista. “Toda iniciativa para tornar o condutor mais consciente é importante,

No Estado do Rio, 1,3 milhão de candidatos à habilitaçã­o já tiveram aula no simulador

mas esse equipament­o traz informação demais para quem não teve contato algum com o automóvel”, critica. Segundo José Augusto, os profission­ais da área não foram ouvidos pelas empresas que produzem o programa (software) do equipament­o.

Outros dados da ANFASP mostram que a Região Sudeste, da qual o Rio faz parte, já conta com mais de 10,5 milhões de aulas aplicadas em mais de 2,5 mil simuladore­s instalados. Desde 2015, cerca de 2,3 mil autoescola­s aderiram ao sistema em 750 cidades da região.

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FotoS reprodução
 ?? Foto: daniel CaStelo BranCo ?? Condutores e instrutore­s de trânsito correm mais riscos durante as aulas feitas no período da noite, diz o presidente de sindicato dos instrutore­s
Foto: daniel CaStelo BranCo Condutores e instrutore­s de trânsito correm mais riscos durante as aulas feitas no período da noite, diz o presidente de sindicato dos instrutore­s
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Os simuladore­s também podem simular manobras como a baliza

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