Tradição e emoção nas ruas do Rio
Mais de 50 mil celebraram o Corpus Christi no município. No Rio, procissão no morro e no asfalto
Milhares de fiéis aproveitaram o belo dia de sol para acompanhar as tradicionais procissões de Corpus Christi, que acontecem ao longo de tapetes feitos de sal. Em São Gonçalo, as obras ocuparam uma extensão de 2 quilômetros.
Mais de 50 mil pessoas acompanharam ontem as celebrações de Corpus Christi ao longo do tradicional tapete de sal em São Gonçalo, considerado o maior da América Latina, com dois quilômetros de extensão. O caminhão que levou o sal de Araruama, onde é produzido, até o município da Região Metropolitana do Rio, na quarta-feira, foi escoltado por viaturas da guarda municipal para não correr o risco de ficar preso por algum bloqueio de motoristas em greve.
Ao fim, tudo deu certo e os fiéis que trabalham na confecção das imagens que compõem o tapete em frente à Igreja da Matriz puderam terminar os ornamentos a tempo da festa de ontem. O bispo auxiliar de Niterói, Dom Luiz Antonio, celebrou a missa em São Gonçalo.
No Rio de Janeiro, desde a madrugada, milhares de católicos se reuniram na Catedral Metropolitana, no Centro, para a produção dos tapetes de sal. Às 15h, houve cerimônia na Candelária. De lá, saiu, no fim da tarde, a procissão até a Catedral, onde o arcebispo do Rio, Cardeal Dom Orani fez a bênção do Santíssimo e presidiu a Santa Missa.
As celebrações se espalharam por toda a cidade, no asfalto e também em comunidades. No Morro do Turano, no Rio Comprido, a missa foi realizada pelo padre Zeca na capela de Nossa Senhora da Libertação. Jovens da comunidade ajudaram a confeccionar o tapete que enfeitou a igrejinha no alto do morro.
“Todo mundo ajudou a fazer o tapete, que para a gente é um ato de humildade, para celebrar o corpo de Cristo”, disse a jovem Anaíde Barbosa, que participou da missa e procissão pelas vielas da comunidade com a mãe, Maria Paz.
A Basílica Nossa Senhora de Lourdes, do Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel recebeu cerca de 200 fiéis em sua procissão de Corpus Christi. Paulo Bastos, morador da Tijuca e funcionário público, que deu apoio no controle de trânsito disse que participar da festa é um “ato de fé”.