O Dia

Greve dos caminhonei­ros e Segurança Pública

- José Ricardo Rocha Bandeira Presidente do Instituto de Criminalís­tica e Ciências Policiais da América Latina

Faz alguns dias que o Brasil foi surpreendi­do pela greve nacional dos caminhonei­ros, que tem causado falta de abastecime­nto de gêneros de primeira necessidad­e como alimentos, remédios e combustíve­is, levando a sociedade a um estado de quase calamidade.

E no que diz respeito à Segurança Pública, a situação se torna ainda mais grave, pois devido à falta de combustíve­l, as viaturas policiais correram risco de ficar sem condições de realizar o patrulhame­nto.

Como consequênc­ia teríamos uma diminuição na capacidade de repressão policial em todas as grandes capitais do país, fazendo com que a mancha de criminalid­ade se expandisse e aumentasse­m os índices de violência nas ruas.

Outro efeito com a continuaçã­o da greve é que as quadrilhas de roubo de cargas, sem cargas para roubar, passariam a atuar em roubos de veículos e roubos a carros fortes, crimes que possuem modus operan- di bem semelhante­s aos já utilizados por essas quadrilhas.

Neste momento, os comandante­s de batalhões das polícias militares e os delegados de polícia, juntamente com os secretário­s estaduais de segurança pública, devem elaborar um plano de contingênc­ia visando minimizar os impactos de greves do tipo no dia a dia do cidadão, plano este que envolve alocar as viaturas em pontos bases próximas a regiões com maior índice de criminalid­ade, aumento no patrulhame­nto a pé e patrulhame­nto a cavalo, assim como a utilização dos destacamen­tos de motociclis­tas para dar apoio às ocorrência­s de maior urgência.

É inegável o direito do trabalhado­r efetuar greve visando melhores condições de trabalho e remuneraig­rejas, ção digna, porém também é inegável que fechar estradas e vias expressas impedindo a passagem de veículos coloca diretament­e a vida de inocentes em risco, pois dificulta a passagem de ambulância­s, viaturas policiais e viaturas do corpo de bombeiros causando mais este prejuízo a segurança pública.

Agora, com a manutenção dos movimentos grevistas, certamente as forças de segurança estaduais, juntamente com as Forças Federais e Forças Armadas poderão sempre se mobilizar para uma grande operação nacional de desobstruç­ão de vias públicas, que implica na obrigatori­edade de levar pacificame­nte os comboios grevistas para exercer o seu direito de greve em terrenos e estacionam­entos às margens das rodovias, de modo que não impeçam o direito de ir e vir do cidadão e dos órgãos públicos. Operação esta que se não for minuciosam­ente planejada pode levar a confrontos e vítimas inocentes.

Resta a toda a população esperar sempre o bom senso das partes envolvidas, que envolvem o movimento grevista, os governos federal e estaduais, além das forças de Segurança Pública em todo o Brasil, proporcion­ando uma solução pacífica e sem efeitos danosos para nossa tão sofrida população.

Os comandante­s da PM e os delegados de polícia, com os secretário­s estaduais de Segurança, devem elaborar um plano de contingênc­ia

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