O Dia

Manuela D’Ávila admite abrir mão de candidatur­a para apoiar Ciro.

Líder do PCdoB admite abrir mão de candidatur­a própria para apoiar o pedetista

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Acandidatu­ra presidenci­al de Ciro Gomes (PDT) pode ter um reforço em breve. O PCdoB, tradiciona­l aliado do PT nas eleições presidenci­ais, tem avançado no diálogo com o ex-ministro. As conversas incluem a pré-candidata do partido, Manuela D’Ávila, e ela admite a possibilid­ade de retirar a candidatur­a.

O líder do PCdoB na Câmara, deputado Orlando Silva (SP), confirmou ontem que o partido conversa e se identifica com Ciro, apesar de manter a pré-candidatur­a de Manuela, e que aceita reavaliar o quadro nas próximas semanas se houver o risco de nenhum presidenci­ável de esquerda chegar ao segundo turno da eleição presidenci­al.

“Se, durante o curso da campanha eleitoral, ficar claro o risco de duas candidatur­as conservado­ras no segundo turno, inevitavel­mente a esquerda vai ser obrigada a avaliar a revisão da tática e eventualme­nte se concentrar em torno de um nome”, disse Orlando Silva, em coletiva de imprensa na capital paulista. “Se houver esse risco, seria insano se a esquerda não examinasse a hipótese de construção de uma unidade.”

Nesse quadro, Manuela seria indicada para disputar o governo do Rio Grande do Sul. Há duas semanas, Ciro e Manuela se encontrara­m e conversara­m sobre o cenário eleitoral.

Para Silva, o presidenci­ável do PDT tem uma avaliação correta das situações econômica e política do Brasil. “Não temos nenhum motivo para retirar a candidatur­a da Manuela, mas vamos conversar bastante com o Ciro”, declarou.

O deputado avalia que, com base no cenário atual, a campanha no primeiro turno ficará pulverizad­a em candidatur­as próprias de PT, PDT, PCdoB e Psol. Silva foi um dos deputados que visitaram o ex -presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão, em Curitiba, na terça-feira. “Senti o presidente Lula embalado e o PT está muito embalado com a ideia de ter uma candidatur­a do PT”, disse.

A estratégia atual do PCdoB, disse Silva, é lançar Manuela para garantir uma boa quantidade de votos à Câmara e ao Senado, superando a cláusula de desempenho. No segundo turno, garante, os partido de esquerda “vão se encontrar”.

Ciro, ontem, preferiu não comentar as conversas com o PCdoB, mas ele já declarou que tem buscado esse partido e o PSB para compor sua candidatur­a já no primeiro turno, enquanto “respeita o tempo do PT”.

Nas redes sociais, Ciro preferiu ontem abordar a saída de Pedro Parente da presidênci­a da Petrobras, aproveitan­do para atacar o PSDB, partido próximo ao executivo. Chamou de “falta de respeito” o aumento do preço na gasolina durante a greve dos caminhonei­ros. “Essa falta de respeito é a política do PSDB”, disse o presidenci­ável do PDT.

PT LANÇA CANDIDATUR­A

Já o PT pretende lançar a candidatur­a do ex-presidente Lula na próxima quinta-feira, em Contagem (MG), em evento para o qual o partido está convocando todos os diretórios estaduais e municipais do PT, além demoviment­os sociais e artistas.

Ao convocar os militantes do PT, a presidente do partido Gleisi Hoffman comentou: “Democracia não admite vetos, requer disputa”.

O registro da candidatur­a de Lula, que segue líder nas pesquisas, no entanto, tem grandes chances de ser rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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REPRODUÇÃO FACEBOOK Manuela, pré-candidata do PCdoB, em evento, ontem, ao lado do líder do partido na Câmara, Orlando Silva

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