O Dia

Na cola da Argentina

Carlos Gil está na Rússia para acompanhar nossos “hermanos” e depois será correspond­ente no Japão

- Gabriel.sobreira@odia.com.br

Na Rússia desde o primeiro dia de junho para acompanhar a seleção argentina, o jornalista Carlos Gil, 41 anos, se prepara para outro desafio. Na volta do Mundial, ele fica 10 dias no Brasil e em seguida embarca para o Japão, onde será correspond­ente da Globo. “Dizer sim foi a parte mais fácil. As dificuldad­es vêm depois. Acertar detalhes, burocracia­s de visto e saída do país, encontrar uma escola para os filhos. Mas tudo está dentro do pacote e a expectativ­a positiva é enorme”, diz o jornalista, que nesse primeiro momento ficará incumbido de fazer reportagen­s de comportame­nto, aquecendo para a Copa.

“Assim que a Argentina chegar passo a acompanhar os passos de Messi e companhia até onde a seleção argentina for. Os treinos, viagens, jogos. Caso a Argentina fique pelo caminho me será dada uma nova missão. Seja seguir outra seleção ou reforçar a cobertura em alguma sede. Isso só será definida de acordo com os acontecime­ntos”, explica ele, que esse ano completa 20 anos de reportagem esportiva.

ARGENTINA

Carlos Gil conta que aquela mania dos brasileiro­s de torcerem contra os “hermanos” nunca foi muito a praia dele. “Eu me lembro de vibrar com os gols do Maradona na Copa de 86, por exemplo. Sempre torci, além do Brasil, claro, pelas seleções sul-americanas ou latinas, por afinidade. Tenho muitos amigos argentinos, sou fã do Messi, cobri o ouro olímpico deles no futebol, em 2008. Enfim, acho que estar ao lado desse “inimigo íntimo” para a maioria dos torcedores brasileiro­s é sinônimo de estar próximo do que é relevante, interessan­te, do que será notícia na Copa”, afirma ele, lembrando que a seleção argentina sempre pode dar trabalho para a turma do técnico Tite.

“São os atuais vice-campeões do mundo, têm o melhor jogador do planeta, outros grandes jogadores que atuam em grandes clubes europeus e a tradiciona­l raça argentina. Ainda que tenham sofrido nas Eliminatór­ias e que estejam passando por turbulênci­as internas podem se superar. Como a Itália fez em 2006, por exemplo”, conta.

HEXA

Gil não descarta o tão sonhado hexacampeo­nato. E lista as razões para acreditar nessa possibilid­ade. “Porque existe um trabalho muito sério da comissão técnica comandada pelo Tite. Porque temos jogadores de muita qualidade em todos os setores do time. Porque estamos engasgados com a semifinal de quatro anos atrás. Porque temos uma seleção respeitada por todos. Mas não somos os únicos favoritos. E isso é positivo” pondera.

RUSSO

No quesito idioma, Carlos Gil sabe ler em russo, mas não sabe falar. Ele conhece o alfabeto cirílico (utilizado pelo idioma russo) há anos, por hobby, mas não se aprofundou. “Consigo ler as placas, ainda que a maioria das palavras não seja de imediato reconhecim­ento. Sei algumas poucas frases básicas para o dia a dia. Mas como vou me mudar para o Japão dei preferênci­a a estudar mais profundame­nte o japonês que o russo”, destaca o repórter, que tem aulas particular­es de japonês desde o fim do ano passado. “Vai me ajudar no básico do básico porque é um idioma muito quase que diariament­e se ‘é hoje que a gente vai pro Japão’”, derrete-se, orgulhoso.

AMBIENTAÇíO

Em março desse ano, Carlos Gil esteve dez dias Tóquio junto com Marcio Gomes, a quem Gil substituir­á como correspond­ente. “Ele e a família me receberam muito bem e têm sido muito parceiros em tudo o que precisamos”, elogia. A que a única preocupaçã­o da família de Gil era com a educação das crianças, mas eles tiveram todo apoio da escola no Brasil e conseguira­m uma escola no Japão. “Se eu nunca tivesse pisado no Japão talvez estivesse um pouco mais. Mas já conheço a cidade, a escola, o apartament­o onde vamos morar e as pessoas com quem vou trabalhar. Claro que nos primeiros dias tudo será muito novo e diferente. Mas a empolgação é bem maior que o nervosismo”, conta animado.

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Carlos Gil diz que temos chances de levar o Hexa. “Mas não somos os únicos”, afirma
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