O Dia

SEIS MORTOS EM NAUFRÁGIO

Barcos naufragam na Baía de Sepetiba durante tempestade e deixam pelo menos seis mortos

- GUSTAVO RIBEIRO gustavo.ribeiro@odia.com.br LUANA BENEDITO luana.benedito@odia.com.br

Duas embarcaçõe­s com pelo menos 21 pescadores naufragara­m na Baía de Sepetiba, na altura de Itaguaí, na madrugada de ontem. Seis pessoas foram resgatadas já sem vida e outras seis estão desapareci­das. Nove sobreviven­tes foram encaminhad­os para o hospital da região.

Oque era para ser uma noite costumeira de pescaria entre amigos na Baía de Sepetiba terminou em tragédia e uma espera dolorida de parentes por notícias de mortos e sobreviven­tes. Dois barcos naufragara­m, na madrugada de ontem, próximo ao Porto de Itaguaí, na Baixada Fluminense, e seis vítimas foram encontrada­s mortas. Até ontem à noite, nove pessoas tinham sido localizada­s com vida e outras seis continuava­m desapareci­das, segundo a Marinha. Os números divergem do Corpo de Bombeiros, que informou dez pessoas salvas e cinco ainda não localizada­s.

A Marinha e os bombeiros do Quartel de Sepetiba foram acionados à 0h20. O Corpo de Bombeiros informou que havia 21 pessoas a bordo dos barcos pesqueiros Lucas Mar, com 12, e Guto I, com nove. As embarcaçõe­s saíram do píer da Ilha da Madeira pouco depois das 19h de quintafeir­a e naufragara­m em uma região conhecida como Laminha. Alguns sobreviven­tes foram resgatados da água pelos bombeiros e pelo menos três conseguira­m nadar até a costa. As buscas foram interrompi­das ontem às 18h e serão retomadas hoje.

De acordo com o coronel Glauco Lorite, porta-voz dos bombeiros, as condições desfavoráv­eis do tempo teriam sido a principal causa do acidente. “Estava ventando bastante. Houve relatos até de chuva forte e provavelme­nte essas embarcaçõe­s emborcaram e vieram a naufragar”, disse, em entrevista no local. Ainda segundo ele, provavelme­nte faltaram coletes salvavidas aos pescadores.

As causas e as responsabi­lidades serão apuradas em inquérito instaurado pela Marinha. Somente a embarcação Guto 1 foi localizada. Os desapareci­dos estavam na Lucas Mar. Aeronaves, embarcaçõe­s e equipes de mergulho atuam nas buscas.

“O vento foi muito forte, bateu e o barco virou de uma vez. Não deu tempo de organizar nada”, contou Cícero Barroso, um dos sobreviven­tes. Fabrício Remann e Marlon Santos, que também sobreviver­am, estiveram no local para reconhecer os corpos. “O barqueiro disse que o vento era sudoeste. Pediu pra gente recolher o material para ele puxar a âncora. Só que de repente veio um vento muito forte como se fosse um furacão”, relatou Marlon. De acordo com a irmã de Fabrício, Victoria Remann, o irmão estava muito abalado, teve diversos arranhões e chegou ao hospital com hipotermia.

Apenas quatro mortos foram identifica­dos: Eliezer de Lima Barreto, Nilson Moura, Wanderley Batista dos Santos e Júlio Cesar Braz de Mesquita.

Para Marinha ainda há seis desapareci­dos no mar e, para Bombeiros, cinco

Colaborou Felipe Rebouças

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Durante todo o dia, parentes dos desapareci­dos fizeram vigília às margens da Baía de Sepetiba

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