Quatro palestinos morrem em confrontos em Gaza
Caso ocorreu em meio a manifestação. Pelo menos 618 pessoas se feriram
Um novo confronto com o Exército de Israel ao longo da fronteira da Faixa de Gaza, ontem, deixou quatro palestinos mortos e pelo menos 618 feridos. Os protestos contaram com a participação de dez mil pessoas. Palestinos foram a cinco pontos da fronteira com Israel para participar de protestos convocados pelo comitê da Grande Marcha do Retorno. Os palestinos incendiaram pneus e lançaram pipas com coquetéis molotov para provocar incêndios no lado israelense. Em resposta, os soldados israelenses usaram bombas de gás lacrimogêneo. A agência Reuters afirma que foram também dados tiros.
A mobilização, denominada Marcha do Milhão a Jerusalém, acontece pela 11ª sextafeira consecutiva. Desde o dia 30 de março, quando começaram os protestos, mais de 120 palestinos morreram por fogo israelense em incidentes violentos durante esses protestos, de acordo com um levantamento feito pela agência Efe.
Haytham Khalil Aljamal, de 15 anos, foi baleado na cidade de Khan Yunis, informou o porta-voz do Ministério da Saúde da Palestina, Ashraf al-Qedra. Ziad Elbarim, de 24 anos, também foi atingido na mesma cidade. E Imad Nabil Abu Darabi, de 26 anos, foi ferido em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza. Há pelo menos cinco pessoas feridas em estado crítico. Entre eles, há dois jornalistas: Mohammed Abed al-Baba, fotógrafo da agência AFP, que recebeu um disparo na perna direita, e um cinegrafista da Al-Aqsa TV.
Pelos megafones, as facções palestinas pediam à população para participar do protesto, que ocorreu na última sexta-feira de Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos. As manifestações também ocorrem próximo ao aniversário dos 51 anos do início da Guerra dos Seis Dias, que deu origem à ocupação dos territórios palestinos por Israel.