FMI dará 50 bilhões de dólares para Argentina
Presidente pediu um empréstimo que não será necessariamente usado pelo governo
O governo argentino anunciou um acordo stand-by com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que colocará US$ 50 bilhões à disposição do país durante 36 meses. Esta é a primeira vez que a Argentina recorre à instituição internacional desde 2005.
A decisão de pedir um empréstimo preventivo (que não será necessariamente usado, mas cujo desembolso depende do cumprimento de determinadas metas) foi tomada pelo presidente Maurício Macri depois que o país enfrentou uma corrida cambial em maio.
O acordo prevê mais flexibilidade no cumprimento de metas, caso o país sinta a necessidade de investir mais em planos sociais. Tanto na crise argentina de 2001, quando nas mais recentes crises enfrentadas pela Espanha e pela Grécia, o FMI foi criticado ao cobrar ajustes maiores dos que a sociedade era capaz de enfrentar.
reduzir gasto público
O principal desafio do governo argentino será reduzir o gasto público e a inflação, que neste ano supera os 20%. O Banco Central prometeu reduzir o índice inflacionário a 17% até o final de 2019 e até 13% em 2020. Se as metas forem cumpridas, a Argentina terá uma inflação de 9% em 2021.
O acordo também prevê um déficit fiscal de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e de 1,3% em 2019. O presidente do Banco Central da Argentina, Federico Sturzenegger, disse que a entidade deixará de financiar o Tesouro. E, com isso, reduzirá os gastos do governo. “Durante 70 anos, convivemos com a inflação porque o Banco Central transferia recursos ao Tesouro para financiar o déficit. Vamos apagar o que os argentinos chamam de maquininha (de imprimir dinheiro)”.