Polícia apreende remédios na cela de Geddel que poderiam causar sua morte
IML acha medicamentos sem receita com ex-ministro que poderiam levá-lo à morte
Preso desde setembro de 2017 no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) mantinha em sua cela uma quantidade de remédios capaz de matá-lo, caso todos fossem ingeridos de uma vez só. A conclusão é de laudo do Instituto Médico Legal (IML) enviado à Justiça do Distrito Federal.
A juíza da Vara de Execuções Penais, Leila Cury, reproduziu trecho do documento em despacho publicado na terça-feira, após solicitar uma apuração sobre centenas de medicamentos encontrados na cela. Nenhum dos remédios possuía receita médica.
Geddel está preso no Complexo da Papuda desde que a Polícia Federal encontrou em um apartamento, em Salvador, caixas e malas de dinheiro vivo, somando R$ 51 milhões. A fortuna é atribuída ao ex-ministro de Michel Temer.
“O ilustre perito signatário do laudo e seu aditamento afirmou que ‘se todas essas substâncias forem ingeridas em sua totalidade (todos os comprimidos encontrados de todas as substâncias), poderia causar a morte do periciando’”, cita a juíza Leila Cury.
Os peritos informam que “alguns medicamentos possuem o mesmo princípio ativo, e, por isso, podem ser potencialmente perigosos se tomados em conjunto, a depender da posologia de cada um”.
Outros transtornos potenciais levantados pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML) foram ‘hepatite tóxica medicamentosa, insuficiência hepática, insuficiência renal aguda, arritmia ventricular cardíaca (com potencial evolução para uma assistolia), Síndrome de Stevens-Johnson, síndrome convulsiva, hipersonia medicamentosa e insuficiência respiratória, entre outros’.