No ar, um campeão de audiência
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A final da Copa do Mundo de 1970 foi a consagração da melhor seleção de futebol de todos os tempos. Pelé, Rivelino, Jairzinho, Carlos Alberto Torres, Gérson, Tostão & Cia encantaram o mundo com o estilo de jogo e, na decisão, golearam a Itália para garantir o tricampeonato ao Brasil. E a epopeia pôde ser vista pelos torcedores brasileiros, pela primeira vez na história, em transmissões ao vivo da TV, diferentemente dos video tapes. Pelé vibra com seu gol, o primeiro do Brasil na vitória por 4 a 1 sobre a Itália, na final da Copa de 1970
Longe, mas muito longe das quatro linhas, uma outra batalha foi travada por empresários, jornalistas e técnicos em informática para levar as imagens até os lares. Em 1969, o governo brasileiro fundou a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) e desembolsou a vultosa quantia para a época de 1,5 milhão de dólares para inaugurar uma estação para receber os sinais via satélite para televisar eventos ao vivo. Uma enorme antena foi erguida em Tanguá (RJ) e esta era responsável por transmitir o sinal para todo o país — apenas a Região Norte, além de Maranhão e Piauí ficaram fora da cobertura da rede. Mas havia um outro obstáculo: comprar os direitos de transmissão. Inicialmente, a TV Tupi de São Paulo comprou por 1,8 milhão de dólares do empresário mexicano Emilio Azcárraga Milmo, que mais tarde fundaria a Televisa. Mas outras emissoras brasileiras chiaram. O governo interveio e o contrato inicial foi anulado, dando lugar a um novo que contemplava outras empresas de rádio e TV. O acordo era para um ‘pool’, ou seja, uma equipe única, formada por todas as emissoras para uma transmissão conjunta. Segundo pesquisa feita pelo Ibope à época, a média de audiência da Copa foi de 99,6%.