‘Estou esperando a DH me procurar’
A frase é do pai de Guilherme Henrique Pereira Natal, de 14 anos, assassinado a tiros na noite de quarta-feira, na Vila Vintém. No enterro, ontem, o clima era de revolta pelo descaso da polícia com a morte de mais um estudante no Rio.
Passadas 40 horas do assassinato de Guilherme Henrique Pereira Natal, de 14 anos, morto a tiros na Vila Vintém, em Padre Miguel, a Delegacia de Homicídios (DH) da Capital ainda não fez perícia na cena do crime nem chamou pais e possíveis testemunhas para prestarem depoimento.
Na ação criminosa, outras duas pessoas, de 16 e 34 anos, também ficaram feridas. A denúncia foi feita por pessoas próximas às vítimas durante o enterro. Ainda segundo essas mesmas pessoas, parentes e amigos é que estão procurando câmeras de segurança que possam identificar os criminosos — que estariam em um Fiat Pálio cinza e passaram fazendo disparos pela Rua Marechal Falcão da Frota.
“Só o PM de plantão do hospital, que fez a ocorrência, me procurou parapegardetalhesdocrime.Estou esperando a Delegacia de Homicídios me procurar. Mas eles não conseguem investigar nem a morte dos próprios policiais, imagina a morte de um pobre”, declarou, desapontado, o cozinheiro Roberto Carlos Natal, 50, pai de Guilherme.
A própria família já localizou câmeras na rua do crime, mas os proprietários afirmaram que só irão entregar para a Polícia. Até o final da noite de ontem, no entanto, nenhum policial havia procurado os familiares ou realizado perícia no local do crime. Procurada, a Polícia Civil não se manifestou a respeito.
No enterro, ontem, Tatiana Araújo, madrinha de Guilherme, diz que os irmãos dele, um rapaz de 17 e uma menina de 10 anos, estão inconsoláveis.