Palocci, enfim, consegue fechar delação premiada
Preso desde 2016, ex-ministro tentou o MPF, mas só chegou a acordo com a PF
O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4 ª Região (TRF-4), homologou ontem a colaboração do ex-ministro Antonio Palocci, negociada apenas com a Polícia Federal.
Na quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que delegados de polícia fechem acordos de delação premiada. O Ministério Público Federal não se interessou pelas informações de Palocci.
O conteúdo da delação de Palocci é mantido sob sigilo. No entanto, pelos depoimentos do ex-ministro, sabe-se que ele irá incriminar o ex-presidente Lula ( já condenado pela Lava Jato). Há ainda a expectativa de que ele forneça material para investigação de grandes bancos que estariam envolvidos em esquemas de corrupção, inclusive o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Palocci está preso desde setembro de 2016. No ano passado, foi condenado a 12 anos e 2 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A Lava Jato ainda apreendeu R$ 70 milhões em bens de Palocci.
“Não posso deixar de registrar a evolução e o acúmulo de eventos de corrupção em nossos governos e, principalmente, a partir do segundo governo Lula”, escreveu Palocci no ano passado, como parte dos esforços para que o MP aceitasse uma redução das penas a ele impostas. Também cunhou o termo “pacto de sangue” para definir as relações entre Lula e Emílio Odebrecht.