Prisão com status de hotel
Visita íntima e internet: PF investiga regalias a presos da Lava Jato em Curitiba
OMinistério Público Federal e a Polícia Federal investigam um esquema de supostos privilégios concedidos a presos da Operação Lava Jato em Curitiba. A suspeita recai sobre a ala 6 do Complexo Médico-Penal (CMP), onde estão presos 12 políticos, ex-executivos e lobistas condenados pelo juiz Sérgio Moro. Entre os ‘hóspedes’ da galeria, estão os ex-deputados Eduardo Cunha (MDB) e o ex-petista André Vargas.
O suposto regime especial dado a alguns ‘Lava Jatos’ (termo usado para designá-los dentro do presídio) incluiria regalias tais como acesso a aparelhos de telefone celular, internet, comida exclusiva e serviços de cozinheiro. Mas não para por aí. Oficialmente proibidas, as visitas íntimas estariam sendo liberadas. Os presos também estariam utilizando ‘laranjas’ em cursos e trabalhos que servem para redução dos dias de cárcere.
Com capacidade para 659 presos, o Complexo Médico -Penal abriga hoje 730 pessoas, sendo 52 delas oriundas de operações e condenações da Lava Jato. Na ala 6, além de Cunha, encontram-se o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, o ex-deputado petista André Vargas, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-assessor parlamentar do PP João Cláudio Genu.
As denúncias de regalias constam de uma carta de 47 páginas escrita à mão de dentro do complexo penal e entregue à Justiça. No documento, Vargas é apontado como líder do grupo. No entanto, nem procuradores nem a PF comentaram as investigações em andamento, tampouco informaram se Eduardo Cunha seria um dos envolvidos.
O diretor do Departamento Penitenciário do Paraná, Francisco Caricatti, afirmou que não foi comunicado sobre as investigações. A defesa de Vargas disse que desconhece eventuais benefícios ao ex-deputado petista.