Greve geral para Argentina
Trabalhadores protestaram contra governo Macri, após acordo com o FMI
Os sindicatos da Argentina paralisaram ontem o país, com uma greve de 24 horas, com a qual pretenderam demonstrar sua força ante o governo do presidente Mauricio Macri e rejeitar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Com os trens, metrô, ônibus e aviões parados, os organizadores esperam uma grande adesão ao movimento, que durante a manhã deixou a capital Buenos Aires semideserta, com a maioria das lojas fechadas.
“A greve teve um nível altíssimo de adesão em todo o país”, afirmou em coletiva de imprensa Juan Carlos Schmid, dirigente da Confederação Nacional do Trabalho (CGT).
À medida que avançou o dia, o centro de Buenos Aires foi ficando deserto de automóveis, o único meio de locomoção diante da ausência completa de transporte público. Bancos e escolas não abriram.
“As paralisações não contribuem para nada, não somam, eu não vejo nenhum governo, em décadas, com tanta preocupação com o emprego e o trabalhador e para gerar novas oportunidades”, reagiu Macri, enquanto fontes do governo admitiam que diante da alta inflação, os salários dos trabalhadores haviam ficado defasados.
Pela manhã, ativistas começaram a fechar as principais avenidas de entrada a Buenos Aires, onde foram mobilizados centenas de policiais.
Um dos principais sindicalistas do país, Hugo Moyano, líder do sindicato de caminhoneiros, afirmou que os protestos não são uma ameaça à democracia, mas apenas um meio de pressionar Macri para adotar medidas que “não causem dor” e pediu para que ele “escute o povo”. “As pessoas não passavam antes essas necessidades”, lamentou Moyano. Foi a terceira greve geral do governo Macri.