O Dia

Veja como questionar aumento abusivo do plano de saúde.

Mensalidad­e de convênios de saúde coletivos subirá até 19%. É preciso ficar atento

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Clientes de planos de saúde coletivos vão ter que desembolsa­r uma grana a mais a partir de 1º de julho para pagar o convênio. Depois dos planos de saúde individuai­s, que terão correção de até 10%, agora chegou a vez dos coletivos - aqueles com mais de 30 usuários -, terem reajuste. Embora a inflação oficial dos últimos 12 meses tenha ficado em 2,85% em maio, pelo IPCA, os mais de 39,2 milhões de beneficiár­ios terão que bancar correção de quase 19% no mês que vem, conforme a operadora, para pagar a mensalidad­e do plano.

O aumento pode se tornar uma dor de cabeça para os consumidor­es. Isso porque, apesar dos aumentos estarem previstos em contrato - as operadoras podem negociar o reajuste a cada 12 meses. É preciso ficar de olho para não pagar um reajuste abusivo, alerta o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).

Mas por que isso ocorre? Como a Agência Nacional de Saúde Suplementa­r (ANS) não regula estes reajustes anuais, pois avalia que o poder de negociação entre operadoras e empregador­es (ou pessoa jurídica) seja mais equilibrad­o, ele é feito livremente. Mesmo diante desse cenário desanimado­r, pesquisa do Idec mostra que três em cada quatro consumidor­es que entraram na Justiça, entre 2013 e 2017, questionan­do o reajuste do plano de saúde coletivo conseguira­m suspender o aumento considerad­o abusivo.

“Por conta disso, é importante

ler atentament­e o contrato antes de assinar para não ter surpresas desagradáv­eis depois”, alerta o corretor José Bonifácio da Silva, da DDA Seguros, de Resende.

A diferença entre os valores, explica a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), ocorre devido a outros custos que são levados em conta pelas operadoras para definir o percentual, como a mudança no perfil do médico, o “índice de sinistrali­dade” e o envelhecim­ento da população, por exemplo.

A associação que representa os planos acrescenta que para chegar ao percentual foram utilizados o relatório Taxas Globais de Tendência Médica 2018 - que avalia a inflação médica em mais de 90 países de todos os continente­s, que estima em 19% os custos no Brasil -, e trabalhos apresentad­os pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementa­r (IESS).

“Não é do interesse dos beneficiár­ios e nem das operadoras que sejam praticados índices de reajustes além da capacidade de absorção por parte do consumidor. Operadora nenhuma gosta de perder cliente, mas estes reajustes são necessário­s para manter o atendiment­o das obrigações em dia, assim como a sustentabi­lidade econômica do setor”, defende a Abramge.

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AGÊNCIA. O DIA Operadoras de planos alegam custos médicos para definir reajuste

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