Um pacto pelo Rio
Mais do que uma manifestação de escolha de novos líderes, as eleições constituem um momento de aproximação entre a sociedade e a classe política. Por sua natureza, a democracia exige, de tempos em tempos, o saudável e insubstituível exercício do voto – momento em que os descontentamentos, se majoritários, podem se traduzir em mudanças de nomes e propostas. Das urnas, brotam esperanças de renovação e avanços; estabelece-se um novo pacto entre representantes e representados em nome do interesse público.
Mergulhado numa crise econômica aguda, decorrência da perversa combinação de problemas nacionais com a brutal queda do preço do petróleo, o Rio de Janeiro tem nas próximas eleições a oportunidade de estabelecer as diretrizes de um novo tempo; fixar metas e critérios para um pacto entre as forças políticas, os atores institucionais, o setor produtivo e a sociedade organizada. Juntos, precisamos promover um grande debate em torno de temas centrais dos quais surgirão as linhas de um projeto de desenvolvimento do Estado do Rio.
Questões relacionadas à Segurança Pública precisam ser postas à mesa com Governo, Ministério Público, Judiciário e OAB. A retomada do desenvolvimento, com Firjan, Fecomércio, sindicatos dos trabalhadores e entidades da área de petróleo – pela centralidade do setor em nossa economia. Precisamos de políticas regionais consistentes para assegurar o desenvolvimento do turismo na Região dos Lagos, na Costa Verde e na Serra. A indústria automobilística no sul do estado merece uma ampla discussão sobre incentivos para atração de novos investimentos. A indústria do petróleo nos municípios da Baía de Campos é outro segmento estratégico a exigir debate. Desta grande discussão, uma catarse coletiva, sairão sugestões e compromissos que permitirão aos eleitos avançar com segurança na direção mais correta.
A nova Assembleia Legislativa terá papel fundamental na liderança deste processo. Caberá ao novo parlamento fluminense deflagrar este debate de modo a juntar num só movimento os principais atores da sociedade fluminense. O Rio não pode continuar imerso no desânimo da crise, paralisado pela abulia decorrente da falta de recursos. Precisamos retomar o desenvolvimento que nos assegura a condição de segunda mais importante economia do país e vanguarda da produção cultural e de pesquisas no país. O pacto pelo Rio será o começo de uma virada consistente para superarmos a crise e voltarmos a crescer.
“O Estado do Rio tem nas eleições a oportunidade de estabelecer diretrizes de um novo tempo”