O Dia

A batalha de Berna

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Mal o árbitro inglês Arthur Ellis apitou o fim do jogo Hungria 4 x 2 Brasil, pelas quartas de final da Copa do Mundo de 1954, o pau cantou no Estádio de Wandorf, em Berna. Mas não foi um tumulto qualquer. Foi um conflito que envolveu todos os jogadores em campo, treinadore­s, massagista­s, policiais, jornalista­s, torcedores e até mesmo um ministro de Estado. Uma briga generaliza­da no estrito sentido da palavra.

Mas o que causou esse princípio de Jornalista brasileiro Paulo Planet Buarque agride um guarda suíço ao fim do jogo: sobrou para todo mundo Terceira Guerra Mundial?

O jogo começou quente. Mesmo sem seu principal jogador, Puskas — que se recuperava de lesão —, a Hungria iniciou a partida impondo seu ritmo e em dez minutos abriu 2 a 0. O Brasil se recuperou ainda no primeirote­mpoediminu­iucomDjalm­a Santos, de pênalti. No segundo tempo, o estopim. Arthur Ellis deu pênalti de Pinheiro em Czibor em uma jogada que os próprios húngaros julgavam ser normal. Lantos fez 3 a 1, mas Julinho descontari­a aos 20. Aos 26, Nilton Santos e Boszik foram expulsos após cenas de pugilato. Kocsis marcou o quarto. E Humberto Tozzi fechou o tempo ao dar uma tesoura voadora em Buzánszky pouco antes do apito final. Foi a senha para o couro comer. Puskas, que estava na tribuna, foi até a entrada do vestiário e debochou de Pinheiro, que revidou e em seguida foi atingido por uma garrafa na cabeça, atirada não se sabe de onde. Maurinho cuspiu no rosto de Lantos. O jornalista brasileiro Paulo Planet Buarque deu uma banda num policial suíço. O técnico Zezé Moreira fez pior. Na entrada do vestiário, tomou as chuteiras de Didi, que as carregava nas mãos, e atirou na cabeça do ministro do Esporte da Hungria, Gustavo Sebes, que sofreu um corte.

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