O Dia

Por determinaç­ão judicial, 32 criminosos perigosos voltam a cadeias do Rio

Três detentos estão prestes a sair de presídios federais para Bangu 1. Outros 29 já retornaram

- ADRIANA CRUZ adrianacru­z@odia.com.br

Aos poucos cai por terra a política de segurança do estado de manter traficante­s e milicianos perigosos longe do Rio. Vão aterrissar em breve em Bangu 1, presídio de segurança máxima, no Complexo de Gericinó, Adair Marlon Duarte, o Aldair da Mangueira, Sandro Batista Rodrigues, o Naíba, do Comando Vermelho; e Márcio da Silva Lima, o Tola, do Terceiro Comando Puro.

Desde março do ano passado, outros 29 mandados para presídios federais reSegundo tornaram, entre eles um dos chefes do clã Liga da Justiça — o mais influente grupo de paramilita­r da Zona Oeste —, o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, que está no presídio Bandeira Stampa, em Bangu. Outro que também aportou por aqui é o traficante Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém.

Apesar das figuras carimbadas de perigosas pela Secretaria Estadual de Segurança, que informou ontem através de sua assessoria de imprensa, que não se pronunciar­ia sobre o assunto, o juiz da Vara de Execuções Penais, Rafael Estrella Nóbrega, alegou, em nota oficial, que os de altíssima periculosi­dade ainda estão em unidades federais.

FALTA DE MOTIVOS

Estrella não poupa o Ministério Público e a Secretaria de Segurança sobre o retorno dos criminosos. Alega que os dois órgãos não apresentar­am novos motivos que justificas­sem a permanênci­a do grupo em unidades federais. “Todos estão fora do estado desde 2016, muitos até há bem mais tempo. E a Lei 11.671/2008 determina que a renovação não ultrapasse 360 dias”, argumentou em um dos trechos. o Tribunal de Justiça, dos detentos que tiveram a renovação negada, pelo menos dez não possuem nem denúncia apresentad­a pelo Ministério Público. Foram transferid­os para presídios federais com base em suspeitas. “Foi o episódio de uma suposta festa ter sido realizada na cadeia para comemorar a ação de criminosos que resgataram o traficante Fat Family (Nicolas Labre Pereira de Jesus) do Hospital Souza Aguiar, internado sob custódia em 2016. Não há processos tramitando na Justiça sobre esse caso”, exemplific­ou o magistrado na nota divulgada pela Justiça.

Para Antonio José Campos Moreira, procurador de Justiça, do Ministério Público, há conflitos também entre os juízes do estado e os juízes federais. “Geralmente, essas questões sobre o destino dos internos são decididas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Muitas vezes, o preso volta”, analisou. Embora a volta de Aldair da Mangueira, Naíba e Tola já estejam definidas, a transferên­cia para a cidade ainda depende de ser organizada pelo Departamen­to Penitenciá­rio Nacional, do Ministério da Justiça, e o estado ainda não foi informado.

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