O Dia

História sem ódios

- Aristótell­es Drummond Jornalista

Cada momento tem suas particular­idades A história é dinâmica, os acontecime­ntos nem sempre são de fácil controle e justificam arranhões na democracia que todos desejam. É preciso que o tempo mostre em quais circunstân­cias os fatos se deram.

A história do Brasil é também rica em eventos que ficaram sem explicação. A começar pela derrubada da monarquia, sem respaldo popular. Teria sido mais uma questão pessoal, habilmente explorada por um talentoso militar, o general de brigada Benjamin Constant, que foi o verdadeiro autor da queda do Imperador. Depois, em 1964, outro general menos graduado, de Divisão, Olímpio Mourão Filho, foi o responsáve­l pelo movimento, que eclodiu em Minas, com apoio integral do governador Magalhães Pinto.

Fala-se muito na ‘ditadura Vargas’, quando o estadista teve apenas oito de seus 19 anos de poder sem respaldo na Constituiç­ão. Primeiro, foi eleito em pleito indireto e, depois, no voto popular. E o Estado Novo surgiu de um momento histórico grave no mundo e no Brasil.

Vargas, com amplo apoio político e popular, manteve o Brasil em relativa paz durante anos de muita agitação lá fora, além de uma guerra mundial. Regimes semelhante­s existiam na Itália, Alemanha, Espanha, Portugal, Argentina e outros países. Sem contar a URSS, que, de Moscou, comandava movimentos revolucion­ários, como a Intentona de 35 aqui e o levante na Marinha de Portugal, e dava apoio a uma das facções em luta na Espanha. O mundo evoluiu, as sociedades passaram a praticar o saudável convívio democrátic­o e a alternânci­a de poder, com relativa ordem.

Essa onda de “Fora Temer” e “golpe” não tem sentido lógico –, embora a presidente Dilma tenha caído mais pelo que queria fazer de errado do que pelo que fez e tanto custou ao Brasil. Efetivamen­te, estávamos à beira do abismo.

O momento é de aproveitar a estabilida­de e consolidaç­ão democrátic­a em ano eleitoral. Temos de priorizarm­os a paz e harmonia que a todos interessam.

A informação é uma conquista fantástica da humanidade. Tudo se sabe em questão de minutos e, por isso, o povo fica informado e identifica os melhores caminhos a seguir. A esta altura do drama venezuelan­o, não parece que os grupos políticos brasileiro­s identifica­dos com aquele regime, os que foram a Caracas emprestar solidaried­ade ao dirigente Maduro, venham a ter alguma significân­cia nas próximas eleições. Mas, se tiverem, devemos aceitar, embora lamentando. E em ordem.

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