O Dia

O brilho fugaz de um artilheiro

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Pelas ruas de Kiev, capital da Ucrânia, ele é saudado por todos. Tratado como um verdadeiro ídolo. Oleg Salenko nunca foi um craque, mas um atacante de respeito. Em 1994, a Rússia garantiu classifica­ção para a Copa dos EUA — era a primeira vez que uma nação vinda da ex-União Soviética tomava parte do torneio.

Nascido em São Petersburg­o, Salenko optou inicialmen­te por defender a Ucrânia, país de origem de sua família. Em 1992, chegou a jogar pela seleção ucraniana em um amistoso com a Hungria, mas, como a Fifa não reconhecia a legalidade da nova nação, não computou o duelo como oficial. Sendo assim, a entidade máxima do futebol autorizou jogadores não nascidos na Rússia a atuar na Copa, já que muitos países ainda não tinham nem sequer uma federação fundada e, por isso, não disputaram as Eliminatór­ias.

Na Copa, a Rússia estreou com derrota: 2 a 0 para o Brasil. E a eliminação veio na segunda partida com a queda por 3 a 1 para a Suécia. De pênalti, Salenko deixou sua marca. Contra Camarões, também sem chances de classifica­ção, a Rússia não deu a menor chance. Ou melhor. Salenko. Fez três no primeiro e mais dois no segundo tempo. Um recorde absoluto e que dificilmen­te será (Espanha) até encerrar a carreira no Pogon Szczecin (Polônia), aos 32 anos. Longe da bola, Salenko não foi bem nos negócios e esteve em situação financeira delicada, a ponto de quase vender o troféu de artilheiro da Copa — um xeque árabe chegou a oferecer R$ 500 mil, mas o negócio não foi adiante. Entregou-se ao alcoolismo. Viu sua carreira de comentaris­ta de TV ir por água abaixo depois de aparecer embriagado no ar durante um programa. Respeitado pelos ucranianos, engatou a carreira de treinador da seleção de futebol de praia do país, mas durou pouco. Hoje, faz parte do quadro de observador­es da Federação Ucraniana. Oleg Salenko, recordista de gols em um único jogo em Copas: fez cinco na vitória de 6 a 1 sobre Camarões, em 1994 batido, o de maior número de gols em um só jogo de Copa. Terminou como um dos artilheiro­s daquele Mundial, com seis gols, ao lado de Stoitchkov, da Bulgária.

Valorizado, trocou o modesto Logroñés pelo Valencia, também da Espanha. Mas sua carreira não voltaria a ter o mesmo brilho daquela tarde em Palo Alto. Ainda defendeu Rangers (Escócia), Istanbulsp­or (Turquia), Córdoba

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