Reencontro após 43 dias
Justiça manda governo reunir mãe e filho brasileiros separados pela política de Trump
AJustiça Federal do estado de Illinois, nos EUA, decidiu ontem promover a união de uma família brasileira que havia sido separada depois de ter cruzado ilegalmente a fronteira do México com os Estados Unidos.
A decisão obrigou o governo americano a entregar o menino Diego Magalhães, de 10 anos, à sua mãe, Sirley Silveira Paixão, depois de o menino ter passado 43 dias em um abrigo em Chicago. As informações são da assistente jurídica que cuida do caso.
Ontem, depois de reencontrar o filho, Sirley disse que sentiu um alívio muito grande. O menino disse que está bem, mas que sempre quis reencontrar a mãe. Agora, a família segue para viver em Massachusetts, onde tem amigos. Sirley disse que espera construir a vida nos Estados Unidos e que a principal razão que a fez decidir sair do Brasil foi a ‘segurança que o país oferece’.
Segundo a assistente jurídica, Luana Mazon, Sirley tentou entrar nos Estados Unidos por Santa Teresa, que fica no Novo México, pedindo asilo ao governo. Ela foi levada para uma unidade da imigração dos Estados Unidos, onde foi separada do filho, levado para o abrigo. De Santa Teresa, ela foi transferida para El Paso, no Texas, sem notícias da criança.
No total, Sirley ficou presa por 21 dias e quando saiu ainda não sabia onde o menino estava. Foi preciso tempo para encontrar a criança, que estava na custódia do governo.
A separação da família é consequência da política de tolerância zero com a imigração ilegal promovida pelo governo Trump desde maio, que levou à separação de 58 crianças brasileiras de suas famílias.
As autoridades americanas têm atualmente sob sua custódia cerca de 11.800 menores. Deles, aproximadamente 80% são adolescentes, a maioria homens, que entraram no território americano sem companhia adulta.