Os donos da bola
Tímidos e muito talentosos, Philippe Coutinho e De Bruyne têm muito mais em comum dentro de campo, como passes, assistências e finalizações
Imaginem um meio de campo com Philippe Coutinho e De Bruyne na criação. Especialistas no chamado último passe, os ‘garçons’ de luxo do confronto entre Brasil e Bélgica também têm talento e qualidade para decidir a vaga na Arena Kazan. Quem acompanha o Barcelona e o Manchester City sabe do que eles são capazes.
Com dois gols e uma assistência, Coutinho, eleito o melhor em campo nos jogos contra Suíça e Costa Rica, provou que existe brilho além de Neymar. E como. Decisivo, o camisa 11 deixou de lado a discrição adotada fora das quatro linhas para assumir o papel de protagonista quando a Seleção mais precisou na Rússia. Apagado na vitória sobre o México, o apoiador é um dos grandes trunfos de Tite no duelo com a Bélgica.
“A gente sabe que a responsabilidade é grande quando está na Seleção. O emocional... O professor (Tite) frisa sempre para estar mentalmente forte do primeiro ao último minuto. Por mais que possa fazer um gol cedo, temos 90 minutos para brigar”, avaliou Coutinho.
Assim como Coutinho, De Bruyne não deixa a timidez entrar em campo. Lá, ele é o dono da bola. Xodó de Guardiola, o camisa 7 comprovou a fama de jogador moderno e iniciou a Copa do Mundo mais recuado, participativo na armação e criando brechas para o brilho de Hazard e Lukaku. Ainda assim, contabilizou uma assistência e iniciou a jogada do decisivo gol da virada de 3 a 2 sobre o Japão.
“Estou aqui para fazer o time melhor. Dentro e próximo ao campo, nós temos que falar para cada um como melhorar. Não é crítica. É uma função dentro da equipe”, afirmou o camisa 7, que disputa a sua segunda Copa do Mundo.
Se o talento do futebol brasileiro é a inspiração da elogiada e renovada geração belga, é hora de Coutinho e companhia ensinarem mais uma lição na caminhada rumo ao hexa para não serem surpreendidos pelos dedicados alunos.