O Dia

PCC tinha RH, cursos e setor feminino

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O Primeiro Comando da Capital (PCC) montou um departamen­to de Recursos Humanos que operava um cadastro permantent­e atualizado de seus integrante­s. Também havia um departamen­to de treinament­o que organizava cursos de fabricação de bombas e formava equipes de matadores profission­ais. Havia ainda um departamen­to feminino, responsáve­l por expandir a atuação da facção em presídios feminino. Essas são algumas das revelações da denúncia da Operação Echelon. Ao todo, 70 homens e cinco mulheres foram acusados por crime de organizaçã­o criminosa pelo Ministério Público Estadual.

Intercepta­ções telefônica­s e cartas apreendida­s mostram que quase uma centena de assassinat­os dentro e fora dos presídios foi cometida sob as ordens da cúpula da facção em 2017 em pelo menos 13 Estados - além de ataques contra policiais e agentes prisionais em cinco Estados. Tudo planejado a partir da Penitenciá­ria 2 (P2) de Presidente Venceslau, na região oeste de São Paulo.

A denúncia, assinada pelo promotor Lincoln Gakiya, mostra que após Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, ir para o isolamento do Regime Disciplina­r Diferencia­do (RDD), em dezembro de 2016, uma cúpula de sete criminosos, interina, passou a comandar a facção, com destaque para os bandidos Barbará e Bin Laden. Eles formavam a Sintonia Final.

Esse setor ficou responsáve­l por chefiar os 20,4 mil integrante­s da facção fora de São Paulo e os 10 mil “irmãos” naquele estado.

Para manter o controle desse exército, a facção criou o RH, chamado ‘Cadastro’. “Os ‘cadastreir­os’ telefonam aos outros e efetuam regularmen­te um recadastra­mento para atualizar apelidos e postos na organizaçã­o.

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