E o hexa, hein? Vá se Catar!
Derrota para a Bélgica adia — de novo — o tão desejado título. Agora, é esperar a Copa de 2022
Pela primeira vez na história das Copas, uma semifinal não terá Brasil, Itália, Alemanha ou Argentina. A decisão será inédita
4 VEZES
Seguidas o Brasil cai na Copa para uma seleção europeia
OBrasil se assustou com os próprios fantasmas e não conseguiu impor o peso da camisa amarela. Na derrota por 2 a 1 para a Bélgica, ontem, em Kazan, o time comandado por Tite perdeu oportunidades, sofreu um gol contra de Fernandinho e deixou a Copa do Mundo quando o sonho do hexa começava a tomar contornos de realidade. O povo acorda, hoje, com um vazio no peito e um sabor amargo na boca que nem o melhor chocolate belga poderá cortar. Resta-lhe o dia a dia, sempre mais duro do que qualquer competição de futebol.
Não faltaram chances de gol à Seleção. Quando a Bélgica abriu o placar, aos 12, o Brasil já havia criado três oportunidades. Numa delas, Thiago Silva acertou a trave de Courtois. Mas quando Kompany desviou cobrança de escanteio e Fernandinho mandou a bola para as redes de Alisson, a equipe sentiu o baque.
Um gol carregado de simbolismo. Em campo, eram quatro os remanescentes da goleada para a Alemanha por 7 a 1 na semifinal de 2014. E Fernandinho, um deles, com a camisa 17, números que remetem ao maior vexame da história do futebol brasileiro, fez a torcida lembrar que a linha entre a alegria e a decepção é muito tênue numa Copa do Mundo.
Quando o mesmo Fernandinho evitou fazer a falta em Lukaku duas vezes seguidas, 18 minutos depois, passou um filme na cabeça dos brasileiros, com o título “lá vem eles de novo”. O atacante belga avançou e tocou para De Bruyne, com espaço, acertar chute preciso de fora da área: 2 a 0.
Na Rússia, porém, não virou passeio ou chocolate, apesar de ser a Bélgica do outro lado. Philippe Coutinho, apagado de novo, colocou, em raro lampejo, a bola na cabeça de Renato Augusto, que diminuiu, aos 30.
Mesmo com Neymar pouco inspirado — tentou por duas vezes cavar pênalti —, o Brasil não se entregou e mante-
ve viva, até o fim da partida, a esperança por uma reação. Porém, se a cabeça parecia ter voltado para o lugar, o pé estava fora da forma.
Renato Augusto quase empatou aos 34. Livre, chutou para fora. Quatro minutos depois, Coutinho isolou chance clara. E, no último suspiro, Neymar, aos 48, parou em Courtois. O sonho adormece. Agora, só no Catar, em 2022.