Artilharia pesada do bombardeiro
Na Copa de 1974, o mundo tinha olhos apenas para a Holanda. A equipe do futebol total, que deixava seus adversários loucos, atônitos, sem saber o que fazer. Na final, os anfitriões alemães teriam o desafio de tentar desmontar a Laranja Mecânica. Os holandeses abriram o placar com um minuto de jogo, em um pênalti, sem que a Alemanha tocasse na bola. A Alemanha, no entanto, não perdeu a calma. Empatou também de pênalti e a virada veio ainda no primeiro tempo, com um gol do atacante Gerd Müller. Era o segundo título mundial da Alemanha.
Müller até hoje detém números impressionantes, não só com a camisa da seleção do país, mas também pelo Bayern Munique. Com 68 gols é o artilheiro máximo da Alemanha. E foi também por muitos anos recordista de gols marcados em Copas, com 14, sendo superado em 2002 por Ronaldo (15) e posteriormente pelo Müller (13) comemora o segundo gol da vitória da Alemanha sobre a Holanda na final da Copa de 1974 compatriota Klose, em 2014 (16). É o maior artilheiro do Campeonato Alemão (365 gols em 427 jogos) e também em uma única edição (40 gols em 1972). Números que lhe renderam o apelido de Bomber (Bombardeiro, em português).
Aos 34 anos, deixou o Bayern e rumou para a emergente liga de futebol dos EUA, a NASL, onde assinou contrato com o Fort Lauderdale Strikers, mas não teve o mesmo brilho. O Bombardeiro estava caindo. Pendurou as chuteiras no início dos anos 1980 e encarou o pior de seus adversários: o alcoolismo. Em 1991, teve de ser internado em uma clínica de reabilitação, com todas as despesas pagas pelo seu eterno amigo Franz Beckenbauer, que bancou sua volta para a Alemanha, onde até hoje é treinador das categorias de base do Bayern. E sem consumir uma gota de álcool há quase 30 anos, como ele mesmo garante.
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