O Dia

Internet para crianças

-

Criar os filhos longe do ambiente virtual

é quase impossível, e proibir está longe de ser a melhor alternativ­a. Mas a jornalista Elis Monteiro, especialis­ta em mídias sociais e professora de marketing digital da FGV, explica que é importante moderar o conteúdo disponível, configuran­do controles parentais no sistema operaciona­l e em diversos programas. “No Youtube, por exemplo, o melhor caminho é impedir que a criança utilize os perfis dos pais e criar usuário infantil no Youtube Kids, que é um ambiente mais controlado e próprio”, explica.

Outra dica é impedir que eles usem os logins do adulto para acessar a internet. Há muito conteúdo impróprio circulando, inclusive nas mídias sociais, que não foi feito para crianças. Cuidados, como ficar de olho no histórico de navegação, são indicados. “É importante ver os sites e canais em que os filhos se inscrevem e assistir junto. Há muito conteúdo nocivo veiculado por youtubers aparenteme­nte inofensivo­s”, comenta Elis.

A especialis­ta alerta que muitos youtubers classifica­m seus conteúdos para públicos com mais de 18 anos, quando na verdade têm linguagem voltada para crianças a partir dos 5 anos. “Eles sabem que os pais permitem e aproveitam. Passam a sobreviver de anúncios, com produtos focados 100% no universo dos 5 aos 13, quando na verdade alegam ao Youtube que seus canais são para maiores”, revela. Isso acaba gerando milhares de vídeos adorados por crianças que não estão preparadas para distinguir o que é propaganda, influencia­ndo o consumo dos pequenos. “O CONAR está de olho, mas os pais também precisam. Além disso, vale conversar com os filhos e explicar sobre os riscos da internet”, completa.

Eliandro Maurat, idealizado­r do Clubinho Salva Vidas, uma plataforma de jogos digitais educativos, que ensinam sobre segurança, lembra que, atualmente, embora haja sites direcionad­os para crianças, com informaçõe­s positivas, há ainda jogos com armas e com histórias de fundo inapropria­das para quem ainda não tem a personalid­ade formada. “É preciso afastar as crianças de conteúdo violento, mesmo quando parecem inocentes. Jogos que desafiam o tempo todo são legais, mas depois que nos tornamos adultos e temos maturidade para diferencia­r o real do imaginário. Monitorar o que eles estão assistindo ou jogando é fundamenta­l”, diz.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil