Presos de Japeri tinham alambique
‘Fábrica’ estava em cela e foi achada em inspeção, que teve apreensão de drogas
Um alambique foi descoberto ontem dentro de uma das celas do Presídio Cotrim Neto, em Japeri, na Baixada Fluminense. A inusitada ‘fábrica’ de cachaça artesanal foi encontrada durante revista nas unidades do complexo, feita por agentes da Superintendência de Inteligência da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), em conjunto com a Coordenação de Unidades Prisionais do Grande Rio e a direção do próprio presídio.
O flagrante, que resultou também na apreensão de 203 papelotes de cocaína, três invólucros maconha, cinco celulares e uma bateria, surpreendeu o secretário da Seap, o delegado David Anthony, pela ousadia.
“Graças a essas ações conjuntas, estamos atentos para coibir qualquer irregularidade dentro dos presídios, seja ela qual for”, afirmou Anthony, ressaltando que caberá agora à Corregedoria da Seap “apurar responsabilidades”.
Especialista no assunto, José Vicente Filho, ex-secretário Nacional de Segurança, também se mostrou surpreso. “Demonstra ainda falhas graves no sistema prisional do Rio. A Seap deve investir, sobretudo, em mais rigor e tecnologias na porta de entrada dos presídios”, opinou José Vicente.
“É inadmissível que um esquema desses (com pelo menos seis baldes, garrafas de vidro e de alumínio, mangueiras e até um fogareiro improvisado para fermentação e destilação de cana) passe despercebido. Ainda mais pelo cheiro inconfundível de aguardente”, completou Vicente.