PF e Receita prendem 15 por tráfico internacional
Grupo usava Porto do Rio para enviar cocaína em contêineres
Em operação conjunta, a Polícia Federal e a Receita Federal prenderam 15 pessoas acusadas de pertencer a uma quadrilha internacional de tráfico de drogas. O grupo, segundo a PF, transportava cocaína em contêineres para fora do país, principalmente do Porto do Rio, com destino a países da Europa, África e Ásia.
Como o dinheiro movimentado era muito grande, o grupo utilizava moedas virtuais para lavar os recursos. “Eles movimentavam milhões e milhões de dólares. Foi muito dinheiro, e a quadrilha usava bitcoins e moedas cibernéticas para despistar e fugir dos órgãos de controle”, afirmou o delegado da PF Carlos Eduardo Thomé.
Batizada de Antigoon, em referência a uma lenda sobre a origem do nome da cidade de Antuérpia, principal destino da droga na Europa, a operação mobilizou cerca de 100 policiais federais. Além do Rio, a ação foi realizada em São Paulo e no Espírito Santo.
Um casal de empresários do setor de exportação foi preso pela Polícia Federal em uma mansão localizada em condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Faziam também parte da quadrilha fiscais aduaneiros e portuários, empresários (alguns dos quais de fachada) e até caminhoneiros.
A ação de hoje, que foi a maior já realizada no estado contra o tráfico internacional, teve como base investigação que durou cerca de um ano, período em que, segundo a Polícia Federal, foram apreendidas cerca de 4 toneladas de cocaína já refinada nos portos do Rio (1,5 tonelada); de Vitória; de Santos, em São Paulo; e de Suape, em Pernambuco.
A droga era produzida em países da América do Sul que fazem fronteira com o Brasil (Peru, Colômbia e Bolívia), dos quais era transportada por rodovia, principalmente para o Porto do Rio, “o principal corredor de escoamento da droga para o exterior”, disse Thomé.
O delegado também afirmou que caminhões que transportavam contêineres para o porto eram desviados no meio do caminho de sua rota original “para que os lacres fossem violados para que se desse a contaminação dos contêineres”. Depois, a carga era redirecionada para o destino original, o porto.
De acordo com o delegado, o objetivo da Polícia Federal agora é mirar a descapitalização da quadrilha. “Porque somente com a descapitalização deste braço criminoso é que nós poderemos desbaratar esta quadrilha”, disse.