O Dia

Confira como se livrar de dívida e não cair em uma nova ‘furada’

Inadimplen­tes pegaram empréstimo para limpar o nome e continuara­m devendo, aponta pesquisa

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Os consumidor­es inadimplen­tes têm que ter atenção redobrada na hora de contratar um empréstimo para se livrar de uma dívida e limpar o nome, orientam especialis­tas ouvidos pelo DIA. Levantamen­to do SPC Brasil aponta que 43,5% dos brasileiro­s que pegaram dinheiro emprestado mesmo com o CPF restrito continuam em débito. Desse total, 20,5% não conseguira­m sequer limpar o nome e ainda terão que pagar pelo empréstimo. Outros 10,3% saíram da inadimplên­cia, mas não sabem se terão como pagar todo o valor financiado.

Para não cair nessa furada, o ideal é que o inadimplen­te, caso tenha fonte de renda regular, faça uma reserva de dinheiro para casos de emergência.

“Existem dois pontos a serem analisados: o caso do inadimplen­te que perdeu o emprego, portanto não tem como pagar. Para esse tipo de devedor a orientação é renegociar com os credores quando conseguir um emprego. E aqueles que são devedores contumazes, ou seja, estão sempre se enrolando com as contas”, aponta Gilberto Braga, economista e professor do Ibmec e da Fundação D. Cabral.

“O ideal é que a pessoa que tenha dificuldad­e em manter as contas em dia busque formas de fazer ‘caixa’ quando entrar no vermelho, como vender férias, buscar empréstimo na empresa, por exemplo. Essas duas alternativ­as são fora do mercado financeiro, que cobra juros bem mais altos”, complement­a o economista.

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) reforça a orientação do professor: uma das principais razões para o inadimplen­te fazer a dívida virar uma bola de neve são os juros cobrados. Segundo o levantamen­to a taxa é de 20% no mês, em média, e pode chegar a 1.000% no ano. Para a economista do Idec, Ione Amorim, o desembolso de juros mais altos se dá porque, em situações de desespero, o endividado não pensa nas consequênc­ias e só aceita o dinheiro.

“As pessoas costumam pegar empréstimo sem nenhuma orientação. As empresas usam a publicidad­e para seduzir o consumidor que, muitas vezes, por falta de educação financeira, cai na conversa”, diz.

Ione, assim como Gilberto Braga, orienta que antes de fechar o empréstimo, o inadimplen­te busque outras alternativ­as de fazer caixa para não ficar mais endividado ainda. “Esse ciclo precisa ser interrompi­do”, afirma.

A economista do Idec indica ainda que o consumidor pode procurar ajuda na Defensoria Pública ou no Procon, que dá assistênci­a a pessoas com endividame­nto alto. E alerta: “É preciso ficar atento aos juros e ao Custo Efetivo Total (CET) do novo financiame­nto da dívida, para não ser passado para trás”.

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DIVULGAÇÃO Cartão de crédito é um dos vilões do endividame­nto de famílias

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