O Dia

Os sentidos

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A Alemanha, que na Copa de 1994, nos EUA, defendia o título, gabavase de ter um currículo invejável em Mundiais. Desde 1962, quando caiu nas quartas de final para a Iugoslávia, alcançava sempre as semifinais — em 1978 ficou em 5º lugar, mas foi à segunda fase, que equivalia à semifinal. Com um time praticamen­te igual ao de 1990, os alemães eram favoritos ao título e viam caminho aberto até a decisão. Após vencer Desolado, atacante alemão Rudi Völler parece não crer na derrota para a Bulgária na Copa de 1994 a Bélgica por 3 a 2 nas oitavas, tinham a Bulgária pela frente. Vitória no papo, pensaram.

Saíram até na frente do marcador, com um gol de Matthäus, de pênalti, mas a virada veio. Com um time extremamen­te técnico, os búlgaros confiavam na habilidade de Stoitchkov, o craque. E foi ele que empatou em uma bela cobrança de falta. A virada saiu em cabeçada certeira do carequinha Letchkov. Era a pior campanha da Alemanha até então. Um vexame tratado com rispidez pela imprensa local, que não perdoou Berti Vogts. Apesar do linchament­o público, o técnico seguiu no cargo. Mas o vexame não parou por aí. Jornalista­s alemães começaram a perseguir o algoz Letchkov, que atuava no Hamburgo. Ele perdeu espaço no time, foi colocado de lado pela diretoria, que o obrigou a cumprir seu contrato até o fim, em 1996, apesar de seu desejo de sair. Depois que largou as chuteiras, em 2004, pelo Sliven, clube que o revelou na Bulgária, Letchkov tornou-se empresário do ramo hoteleiro, um dos vice-presidente­s da Federação Búlgara. E foi eleito sucessivam­ente prefeito da cidade de Sliven. Chegou a ser afastado pela Justiça durante um processo que apurava possíveis irregulari­dades em sua administra­ção.

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