Parentes de empresário acusam erro em perícia
Carro de vítima morta em Vila Isabel, na sexta, estaria com bala alojada no banco
Parentes e amigos do empresário Rubens Mesquita Pinto Alves, de 45 anos, morto na sexta-feira após sofrer uma tentativa de assalto no Túnel Noel Rosa, em Vila Isabel, estão denunciando negligência da perícia. Segundo eles, a Delegacia de Homicídios (DH) teria liberado o carro da vítima sem perceber uma bala alojada no banco de trás. O projétil seria a prova de que Rubens teria sido baleado dentro do automóvel, provavelmente quando retirava o cinto de segurança.
A informação foi confirmada por várias pessoas presentes, ontem, ao enterro do empresário no Cemitério do Caju. Ainda existe dúvida se Rubens foi atingido dentro ou fora do veículo, já que foi encontrado sangue no asfalto. A família informou, inclusive, que acionou a DH e que o automóvel será novamente conduzido à delegacia hoje. Procurada pelo DIA, a especializada não confirmou a informação, mas disse que poderá fazer novas perícias para esclarecer a dinâmica do crime.
“A família achou o projétil. Ele vazou pela poltrona do motorista e se alojou no banco do passageiro. Os criminosos deram o tiro de cima para baixo. A perícia não viu, dentro do túnel, essa bala, tampouco depois, na delegacia. Foi negligência”, afirmou o motorista Jonathas de Queiroz Santos, 33, funcionário e amigo de Rubens.
Ontem, cerca de 300 pessoas foram ao sepultamento. A mulher de Rubens, Cláudia da Cunha, chorava muito ao lado do caixão: “Não podia acontecer isso com o meu amor. Quem fez essa maldade? Meu bebê! Não!”. Os amigos da Tijuca, onde a vítima cresceu e morava, descreveram o empresário como um grande homem. “Ele tinha o sorriso mais largo que eu conheci. Quando vi o corpo, o olhar não tinha brilho. Cadê a Justiça neste país? Chega!”, declarou a amiga Patrícia Faraco. Rubens deixa dois filhos e quatro enteados.
IMAGENS DE SEGURANÇA
A DH esclareceu que o local do crime foi desfeito, logo após o fato, em razão do socorro e que não foram localizadas câmeras no túnel nem testemunhas. Foram recolhidas imagens nos acessos para identificar os autores, que fugiram sem levar nada.