Na França, um por todos, todos por um
Com raízes em 17 países, time representa uma nação globalizada
Com raízes em 17 países, a seleção francesa revive o imortal lema do romance ‘Os Três Mosqueteiros’ na final da Copa da Rússia: ‘Um por todos, todos por um’. Sim, hoje, às 12h, no Estádio Luzhniki, a união de povos faz a França mais forte no histórico confronto com a Croácia.
Como no clássico do escritor francês Alexandre Dumas, o bem-sucedido trabalho em conjunto do ‘Exército Bleus’ coroa a disciplina do camaronês Umtiti, a dedicação de Matuidi, filho de angolanos, a maestria de Griezmann, criado na Espanha pelo pai francês e a mãe de ascendência portuguesa, a elegância de Pogba, herdeiro de imigrantes da República da Guiné.
Com dupla cidadania, escolheram a França como novo lar e também foram escolhidos pela França pelo incontestável talento. Hoje, os 23 soldados de Didier Deschamps representarão muitas bandeiras no ápice de suas carreiras.
ESPELHO EM 1998
“A França sempre teve jogadores da África e de seus ex-territórios, em todos os esportes. Eles optaram por ser franceses, mas é claro que têm origens, amigos e familiares em diferentes países. É claro que têm alguma ligação com países africanos. Eles têm noção total de que estarão em uma final de Copa do Mundo”, disse o treinador francês.
A vitoriosa geração liderada pelo franco-argelino Zidane ficou conhecida como ‘Black -Blanc-Beur’ (Negra-Branca-Árabe) na conquista da Copa de 1998, sobre o Brasil. Vinte anos depois, Deschamps, então capitão dos Bleus, tem a chance de erguer a segunda taça à frente de outra talentosa constelação de imigrantes.
Nigéria (Lemar), Mali (Kanté), Mauritânia (Dembelé), Senegal (Mendy), Argélia (Mbappé e Fekir), Congo (Mandanda e N’Zonzi), Angola (Matuidi), Camarões (Umtiti), Guiné (Pogba), Marrocos (Rami), Togo (Tolisso), Espanha (Lucas Hernández), Portugal (Griezamann)... Hoje, todos unidos pela França.