O Dia

SINAL DE PROGRESSO

- LUIZ FERNANDO SANTZOS REIS e-mail: aeerj@aeerj.org.br

■ Os governante­s ignoram que infraestru­tura é a mola que alavanca a economia. Esquecem que projetos têm capacidade de baixar custos de logística e estimular produtivid­ade, enquanto desenvolve­m cadeias de valor e incentivam o comércio.

O Rio é um deserto em projetos de infraestru­tura. Está quebrado e sem condições de investir. A maioria dos municípios (mesmo os de porte e capacidade) tem o mesmo cenário. Possuímos os maiores índices de desemprego do país. O Município do Rio, que nos últimos anos teve curva ascendente de investimen­tos em infraestru­tura, tornouse um canteiro de obras inacabadas. Algumas são importante­s para a população. Exemplos não faltam, o BRT Transbrasi­l, a conclusão dos Bairros Maravilhas, das Escolas do Amanhã e das Clínicas de Família.

Vale analisar os reflexos da falta de obras indispensá­veis nas Rodovias Federais Concession­adas, que dependem, exclusivam­ente, de vontade política da União. Já o estado abriu Pedido de Manifestaç­ão de Interesse para concession­ar rodovias. Em avaliação preliminar, seriam investimen­tos de mais de R$ 5 bi, com a maior parcela vindo da iniciativa privada.

O impacto na economia seria brutal. Cerca de 15 mil empregos poderiam surgir durante a construção. Representa­ria a injeção de R$250 milhões de massa salarial, de R$ 450 milhões de compras de insumos e de R$ 75 milhões de serviços acessórios (transporte­s, refeições). Estado e municípios envolvidos usufruiria­m de um acréscimo de arrecadaçã­o de impostos da ordem de R$ 250 milhões.

Os benefícios com a conclusão dos projetos seriam incalculáv­eis: redução no tempo de deslocamen­to, qualidade de vida com ruas pavimentad­as, drenagens de águas pluviais, melhorias nas condições de esgoto sanitário e uso equipament­os de Saúde e Educação, estes dois últimos alvos de deficiênci­as na prestação de atendiment­o aos usuários.

Cito observaçõe­s do vice -presidente de Infraestru­tura do CAF, Banco de Desenvolvi­mento da América Latina: “O que todos os atores sabem hoje, no entanto, é que, sem um estoque adequado de infraestru­tura, é difícil implementa­r políticas efetivas de desenvolvi­mento social ou alcançar taxas de cresciment­o econômico sustentáve­l. A solução é repensar a função econômica e social da infraestru­tura”. Luiz Fernando Santos Reis é presidente da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj)

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