Fábrica de discos em vinil da Baixada comemora 20 anos e anuncia novidades
Fabricante de discos de vinil, a Polysom, de Belford Roxo, faz 20 anos e inicia a produção de fitas cassetes
Um dos poucos estabelecimentos do gênero no planeta - só há 91, localizados em apenas 29 países -, a fábrica de discos de vinil Polysom, em Belford Roxo, está próxima de comemorar 20 anos de fundação. Mas a marca inédita alcançada com a produção de mais de um milhão de Long Plays (LPs) já antecipa as comemorações, literalmente, em alta rotação. No Brasil, a empresa da Baixada Fluminense, inaugurada em 1999, tem somente a Vinil Brasil, em São Paulo, como concorrente. A produção global de vinis ultrapassa 50 milhões de unidades por ano.
Além do inédito feito, a Polysom, que ressuscitou os famosos bolachões, inventados em 1948 — mas que, por conta dos Compact Discs (CDs), praticamente sumiram do mapa em meados dos anos de 1990 —, anunciou, em maio, uma outra novidade. Vai dar início à duplicação, em larga escala (cerca de 4 mil por mês), de cassetes, em fitas e cartuchos importados.
“Estamos colocando no mercado um outro produto de qualidade da indústria fonográfica, que andava esquecido. Surpreendentemente, mal começamos a produção e já há uma grande gama de clientes na fila”, avisa o consultor da Polysom, João Augusto, explicando que maquinários especiais foram preparados durante um ano.
“Hoje garantimos um produto de qualidade, em quatro cores. Jamais nosso cliente vai improvisar, rebobinando fitas com caneta como antigamente. E nem moedas em caixas de fósforos sobre os braços dos toca-discos, no caso do vinil, para evitar que o LP pule”, destaca João, entusiasmado.
O consultor diz ignorar os críticos que consideram os fabricantes de vinil e cassetes “loucos, na contramão da tecnologia”, por ofertarem itens analógicos. “Aos céticos, relembro que quando relançamos o vinil, só existiam duas fábricas de toca-discos no mundo. Agora, já existem pelo menos 20 marcas ativas”, justifica João.
Até há duas décadas, vinis e cassetes despertavam interesse só de colecionadores, mas, agora, o público é variado. A Polysom, que tem como meta a produção de 200 mil discos de vinil por ano, e que já disponibiliza em cassete sucessos de Nando Reis, Pitty e Planet Hemp, será o único país a lançar o novo álbum do Arctic Monkeys, ‘Tranquility Base Hotel & Casino’, em tal formato.
“Eu me apaixonei por vinis e cassetes graças ao meu pai (o contador Marcílio Silva, 58). Aquele chiadinho na agulha e os cassetes coloridos são um charme”, exalta o estudante Rubélio da Silva, 16. No site www.polysom.com.br há detalhes dos produtos e orçamentos.
A volta do vinil não tem nada de saudosismo, apenas. Há toda uma mística em se colocar um LP para tocar” João Augusto, da Polysom