O Dia

Proibida pelo Conselho Federal de Medicina, a ozoniotera­pia gera polêmica no Brasil

Proibida pelo Conselho Federal de Medicina, a ozoniotera­pia é alvo de divergênci­a na comunidade médica brasileira

- WILSON AQUINO wilson.aquino@odia.com.br

OConselho Federal de Medicina (CFM) jogou na clandestin­idade uma técnica que tem maravilhad­o médicos e pacientes brasileiro­s. Uma resolução do da instituiçã­o proibiu médicos de prescrever­em o uso terapêutic­o da ozoniotera­pia, procedimen­to com gás ozônio medicinal, indicado no tratamento de cerca de 250 enfermidad­es. A alegação é a falta de evidências científica­s que comprovem a eficácia do método.

“Temos uma leitura contrária”, reclamou o cardiologi­sta Arnoldo de Souza, presidente da Associação Brasileira de Ozoniotera­pia (Aboz), instituiçã­o que conta com cerca de mil médicos e que desde 2006 tenta regulament­ar a técnica no Brasil. Ele diz que já apresentou vários trabalhos científico­s internacio­nais sobre os benefícios do ozônio, mas o CFM desconside­rou todos.

“Impetramos um recurso solicitand­o que a ozoniotera­pia fosse liberada, pelo menos, para as dores lombares e as patologias dos discos interverte­brais”, afirmou o médico, explicando que existem teses de doutorado e pesquisas nacionais indicando que no tratamento dessas doenças, “comparada com outras técnicas, a ozoniotera­pia tem um alcance maior, mais eficaz e quase 80% mais econômico, evitando cirurgias, internaçõe­s e o uso grande de anti-inflamatór­ios”.

A decisão do CFM acontece dois meses após o Ministério da Saúde incluir a ozoniotera­pia no SUS, dentro da Política Nacional de Práticas Integrativ­as e Complement­ares. O Conselho é contra a aplicação de verbas públicas em práticas integrativ­as, apesar das recomendaç­ões da Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS), que defende a associação entre a medicina tradiciona­l e a alternativ­a.

Médicos que usam o ozônio afirmaram que vão continuar aplicando o procedimen­to. Outra alternativ­a, segundo eles, é contratar profission­ais de saúde cujos conselhos autorizam o uso da ozoniotera­pia, como fisioterap­eutas. Não são poucas as pessoas que se encantaram com a técnica.

“O ozônio me salvou”, garantiu o preparador físico Mauro Misquito, de 48 anos, que durante dois anos sofreu com uma hérnia de disco até conhecer a ozoniotera­pia. Ou a professora de piano Haydee Monte de Oliveira, 76 anos, que passou seis anos padecendo de diarreia e que encontrou no ozônio a salvação.

Hoje, você tem cerceament­o aos médicos para utilizar o ozônio ARNOLDO DE SOUZA Presidente da Aboz Por causa da quimiotera­pia, fiquei com intestino solto, durante seis anos. O ozônio me curou HAYDEE OLIVEIRA, Professora de piano Não conseguia sentar no vaso sozinho. Não podia amarrar o tênis. O ozônio me salvou. MAURO MISQUITO, Preparador físico

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MARCIO MERCANTE
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