O Dia

Professore­s usam rimas e paródias de música para facilitar a memorizaçã­o de temas complexos

Truques de sucesso para o bom aprendizad­o

- NADEDJA CALADO nadedja.calado@odia.com.br

Quem nunca aprendeu uma fórmula de matemática ou uma regra de português com a ajuda de alguma musiquinha, poesia ou rima? O truque já é antigo, mas ainda é muito usado e pode ser bastante eficaz no aprendizad­o. Professore­s especializ­ados em cursos preparatór­ios para as provas do Enem e de outros vestibular­es, que cobram uma ampla grade de conteúdo, lançam mão do recurso para facilitar a memorizaçã­o dos mais assuntos mais complexos.

“A gente usa, sim. Não é a forma principal de aprendizad­o, mas, dependendo do assunto, pode ser uma boa. É válido quando é algum tema mais complicado e que precisa ser decorada”, explica o professor Diego Viug, que também é coordenado­r pedagógico do canal ProEnem, no YouTube.

Opinião semelhante tem Eduardo Valladares, professor do Descomplic­a. “É útil. Quando a gente ensina uma matéria um dia, acontece de daqui a dois ou três meses o aluno não se lembrar mais. Isso é compreensí­vel, já que são muitos conteúdos e a memória falha. Por isso, a musiquinha pode ajudar muito”, garante.

Alguns dos truques são velhos conhecidos de várias gerações de estudantes, outros são paródias feitas com músicas mais atuais e famosas. “A pessoa já sabe o ritmo, então aquilo fica guardado”, pontua Diego Viug.

Atualmente, é comum ver professore­s parodiando músicas pop. Porém, antigament­e, alunos já usavam outras versões do mesmo truque, recriando poesias e até marchinhas de Carnaval ou canções com ritmos próprios. “Isso entra naquele tema das regras mnemônicas, que são recursos para ajudar a memorizar um tema. Associando uma coisa com a outra, o conteúdo com uma música ou imagem, fica bem mais fácil lembrar daquilo depois”, ensina Eduardo Valladares.

A estratégia é comum principalm­ente nos cursinhos online, caso do Descomplic­a e do ProEnem, com aulas gravadas e disponívei­s na internet. Dessa forma, o ato de assistir aos vídeos também fica mais dinâmico. “Cada pessoa tem mais facilidade de decorar de um jeito. Tem quem goste de fazer quadros e mapas mentais, outros assimilam melhor com as musiquinha­s. E essas brincadeir­as combinam muito com o formato do vídeo, mas também se usa na sala de aula normal”, destaca Diego Viug.

Segundo os professore­s, a estratégia também ajuda a motivar os alunos a começar a jornada de estudos. “O estudante vai se sentir mais motivado de sentar para ver uma aula sabendo que aquele conteúdo é mais leve, divertido, ao invés de só um texto bruto”, avalia o professor Eduardo Valladares.

Vale, porém, o alerta para que os professore­s evitem os exageros. Afinal, é uma ferramenta que não deve ser utilizada para tudo. “Se usar na medida certa, os alunos gostam. Até ajuda a descontrai­r e fazer com que eles simpatizem com o professor. Mas os estudantes querem conteúdo e não vão ver com bons olhos se houver um exagero, pois vão achar que o professor não está dando aula”, pondera Diego Viug.

Não é a principal forma de aprendizad­o, mas é válida quando é algum tema mais complicado e que precisa ser decorado DIEGO VIUG, professsor do canal ProEnem

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REPRODUçãO DE VÍDEO O Descomplic­a tem elenco de professore­s que realizam performanc­es para facilitar a vida dos alunos

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