Professores usam rimas e paródias de música para facilitar a memorização de temas complexos
Truques de sucesso para o bom aprendizado
Quem nunca aprendeu uma fórmula de matemática ou uma regra de português com a ajuda de alguma musiquinha, poesia ou rima? O truque já é antigo, mas ainda é muito usado e pode ser bastante eficaz no aprendizado. Professores especializados em cursos preparatórios para as provas do Enem e de outros vestibulares, que cobram uma ampla grade de conteúdo, lançam mão do recurso para facilitar a memorização dos mais assuntos mais complexos.
“A gente usa, sim. Não é a forma principal de aprendizado, mas, dependendo do assunto, pode ser uma boa. É válido quando é algum tema mais complicado e que precisa ser decorada”, explica o professor Diego Viug, que também é coordenador pedagógico do canal ProEnem, no YouTube.
Opinião semelhante tem Eduardo Valladares, professor do Descomplica. “É útil. Quando a gente ensina uma matéria um dia, acontece de daqui a dois ou três meses o aluno não se lembrar mais. Isso é compreensível, já que são muitos conteúdos e a memória falha. Por isso, a musiquinha pode ajudar muito”, garante.
Alguns dos truques são velhos conhecidos de várias gerações de estudantes, outros são paródias feitas com músicas mais atuais e famosas. “A pessoa já sabe o ritmo, então aquilo fica guardado”, pontua Diego Viug.
Atualmente, é comum ver professores parodiando músicas pop. Porém, antigamente, alunos já usavam outras versões do mesmo truque, recriando poesias e até marchinhas de Carnaval ou canções com ritmos próprios. “Isso entra naquele tema das regras mnemônicas, que são recursos para ajudar a memorizar um tema. Associando uma coisa com a outra, o conteúdo com uma música ou imagem, fica bem mais fácil lembrar daquilo depois”, ensina Eduardo Valladares.
A estratégia é comum principalmente nos cursinhos online, caso do Descomplica e do ProEnem, com aulas gravadas e disponíveis na internet. Dessa forma, o ato de assistir aos vídeos também fica mais dinâmico. “Cada pessoa tem mais facilidade de decorar de um jeito. Tem quem goste de fazer quadros e mapas mentais, outros assimilam melhor com as musiquinhas. E essas brincadeiras combinam muito com o formato do vídeo, mas também se usa na sala de aula normal”, destaca Diego Viug.
Segundo os professores, a estratégia também ajuda a motivar os alunos a começar a jornada de estudos. “O estudante vai se sentir mais motivado de sentar para ver uma aula sabendo que aquele conteúdo é mais leve, divertido, ao invés de só um texto bruto”, avalia o professor Eduardo Valladares.
Vale, porém, o alerta para que os professores evitem os exageros. Afinal, é uma ferramenta que não deve ser utilizada para tudo. “Se usar na medida certa, os alunos gostam. Até ajuda a descontrair e fazer com que eles simpatizem com o professor. Mas os estudantes querem conteúdo e não vão ver com bons olhos se houver um exagero, pois vão achar que o professor não está dando aula”, pondera Diego Viug.
Não é a principal forma de aprendizado, mas é válida quando é algum tema mais complicado e que precisa ser decorado DIEGO VIUG, professsor do canal ProEnem