O Dia

Fim e começo na América Latina Ex-senador e presidente do Centro Celso Furtado

- Saturnino Braga

Fim da Copa para todos nós. Mas um fim honroso, sem nenhum vexame, os brasileiro­s jogaram bem, os belgas receberam um bafinho da sorte daquele primeiro gol sem querer, tiveram um goleirão e o futebol é assim mesmo. Cheio de alegrias e tristezas.

O futebol é importante para o Brasil, de alma e de corpo. Prazer do povo e um exercício sadio da meninada e da juventude. E o brasileiro é bom de bola, sim, está mais do que provado.

Tem brasileiro naturaliza­do em quase todas as seleções que disputaram a Copa. Eles têm este tipo de destreza, nas pernas e na mente. E, até , um senso de beleza nessa dança especial que a gente conhece.

Então, vamos começar a nos preparar para 2022.

Vai ser a Copa do Hexa, uma beleza, e principalm­ente a Copa do Segundo Centenário, Brasil campeão do mundo pela sexta vez, dois meses antes de fazer duzentos anos! Fim e começo, sim. Grandeza.

E há ainda um outro começo a registrar e a comemorar. Que é um recomeço de grande importânci­a para a nossa América, a Latina. Tem um nome. Lopez Obrador, o novo presidente do México.

Há tempos eu não usava a expresdeu são América Latina. Cuba posta em um mundo à parte, a ser observado e estudado como caso. E os pequenos países da América Central e do Caribe inteiramen­te dominados pelo Grande Capital, apesar do esforço belo e pertinaz da Nicarágua. E o México integrado ao Continente do Norte, pelo Nafta e pela subserviên­cia de seus governos, não havia mais sentido em nos referirmos, nós, os sulamerica­nos, como parte dessa América Latina, inexistent­e a não ser no Continente Sul.

Bem, com Lopez Obrador será diferente, com certeza. O México estará mais ligado, politicame­nte, ao Brasil e aos países do continente latino do que aos americanos.

Com cuidados, evidenteme­nte, cautelas que não tivemos – nós, ultimament­e golpeados pela CIA. Obrador já pediu encontros com Trump e Trudeau, o primeiro-ministro canadense. Fez muito bem.

Conversa porque tem de conversar, mas será diferente, com certeza: um alento aos golpeados do sul.

Vamos; devagar mas vamos: América Latina novamente. Temos que ser otimistas.

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