O Dia

Antigos lixões, agora jardins

Moradores e prefeitura­s da Baixada se unem para resolver descarte irregular de detritos

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Parceria entre prefeitura­s e moradores tem mudado o cenário da Baixada Fluminense e resolvido um problema até então crônico da região — o lixo. E o que antes era sujeira se transforma em pequenos jardins.

Em Nova Iguaçu, o projeto Cuidando do Nosso Espaço já passou por sete bairros, além de 11 ecopontos. “O lixo ficava jogado e algumas pessoas ateavam fogo, atingindo até as árvores. Agora estamos despejando o lixo nos locais corretos. Estou conscienti­zando os meus vizinhos”, conta a dona de casa, Simone Ferreira da Silva, 45, moradora da Rua A, em Tinguá.

Quem olha o jardim da Rua Jorge Paladino, na Chacrinha, não imagina que, há dois meses, o local era um lixão. “Tinha muito lixo, mau cheiro e foco de dengue. O pior é que vinham pessoas de outras ruas e até de outros bairros para sujar. Depois do jardim, mudou muita coisa, dá gosto de ver”, assegura Jorgina Mara, 47.

Técnicos da Empresa Municipal de Limpeza Urbana de Nova Iguaçu (Emlurb) semanalmen­te monitoram os jardins. “Os moradores abraçaram a ideia, o que é muito bacana”, afirma o presidente da Emlurb, Alexander Rezende.

Em São João de Meriti, alguns lixões viraram áreas de uso comum. Outra solução encontrada foi a ciclovia. Pontos de descarte nos bairros de Tomazinho, Engenheiro Belford e São Mateus foram extintos com a pista exclusiva para bicicletas.

Até o fim do ano, a Prefeitu- ra de Japeri deve colocar em prática o projeto De Lixeira a Jardins. Pneus velhos também terão destino. Serão pintados e reutilizad­os como vasos de flores na ornamentaç­ão. O mesmo acontece em Belford Roxo e em Itaguaí, que tem o Lixo Zero.

LIXÕES

O depósito de lixo inadequado em locais públicos atinge vários municípios. Em Nova Iguaçu são 120 pontos de despejo irregular de lixo. Aproximada­mente 50 locais crônicos de descarte irregular existem em São João de Meriti. Em Japeri são 200 e 120 foram identifica­dos em Duque de Caxias e Belford Roxo.

Em Itaguaí eram cem pontos de lixões só na área urbana. Atualmente, são 41, que, segundo a prefeitura, serão encerrados até dezembro de 2018. Em Mesquita são 35 locais de despejo de lixo.

“Por muito tempo tivemos problemas com coleta de lixo na Baixada e muitos moradores acabaram acostumand­o a descartar o lixo neles. Mas precisamos mudar essa cultura e fazer a nossa parte. É preciso ter consciênci­a de que uma cidade limpa traz inúmeros benefícios à saúde”, ressalta Maria do Rosário, moradora de Mesquita.

COLETA

São João de Meriti recolhe cerca de 500 toneladas de lixo por mês. Em Mesquita são quase 3,2 mil toneladas. Já em Itaguaí são 2,2 mil toneladas de lixo residencia­l e mil de entulho.

A média diária recolhida pela Prefeitura de Japeri é de 1,2 mil tonelada. Em Belford Roxo, a coleta atinge 10 mil toneladas e em Caxias chega a 1,4 mil toneladas. Já em Magé são 7,5 mil toneladas.

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