Dez horas no isolamento
‘Castigo’ foi por ex-governador se recusar a ficar na posição de ‘confere’ na cela
Oisolamento de dez horas ontem do exgovernador Sérgio Cabral na Penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira, Bangu 8, determinado pelo promotor André Guilherme Freitas, colocou o Ministério Público e a Justiça em rota de colisão. A punição, segundo Freitas, aconteceu porque durante inspeção Cabral se recusou a ficar em ‘posição de confere’, às 9h40. Já às 19h, o juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Rafael Estrela, determinou a retira do político da solitária. Estrela classificou a ordem de Freitas de ilegal.
Segundo o promotor Freitas, ontem no sistema penitenciário, ele fiscalizou oito unidades com o total de 7.062 presos. O mesmo procedimento teria sido adotado em todas e Cabral teria sido o único a apresentar alteração durante a fiscalização padrão. “(...) Ele era o único que não estava na posição. Mesmo recebendo novamente a determinação, o preso se recusou a cumpri-la, e, aos gritos, de forma provocativa capaz de incitar a desordem no coletivo da unidade, disse que não queria ser chamado de ‘interno’ e que aquela posição era um desrespeito a ele”, disse o promotor, em nota. Freitas alegou ter agido dentro da Lei.
Mas à noite, o juiz Rafael Estrela determinou o retorno de Cabral à cela. “A conduta do ilustre Promotor de Justiça, Dr. André Guilherme Tavares de Freitas, em determinar a colocação do apenado em isolamento preventivo é manifestamente ilegal”, escreveu em decisão.