O Dia

Paty Bumbum é detida por procedimen­tos ilegais

Mortes e investigaç­ões após procedimen­tos em glúteos alerta para riscos. Veja o passo a passo para ter mais segurança na hora de fazer mudanças no corpo

- GUSTAVO RIBEIRO gustavo.ribeiro@odia.com.br

Falsa médica aplicava silicone industrial nas nádegas de mulheres dentro de sua própria residência, em Curicica. Em áudio, ela ironiza mortes recentes: “Pelo menos a gente não morre feia”.

Adescobert­a de uma mulher que aplicava silicone industrial nos glúteos de clientes em sua própria casa, em Curicica, e as mortes de três mulheres em oito dias após intervençõ­es estéticas chamam atenção para os riscos de desprezar cuidados básicos antes de mudar a aparência. Pesquisar sobre o local onde cada procedimen­to pode ser realizado e o profission­al que oferece os serviços é uma atitude fundamenta­l para não ver o sonho virar pesadelo.

Segundo o cirurgião plástico José Carlos Pereira Pinto, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a primeira orientação é checar se o médico tem cadastro ativo no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado. Além disso, recomenda-se buscar profission­ais com especializ­ação na área — no Rio, as duas informaçõe­s podem ser localizada­s na página do Cremerj (www.cremerj.org.br). Ser filiado à SBCP não é obrigatóri­o, diz ele, mas é outra forma de o paciente se resguardar. É possível fazer a consulta no site da entidade (www.cirurgiapl­astica.org.br).

“Escolher um médico membro da SBCP é um dos meios mais confiáveis para que você tenha um profission­al competente. Ele completou um treinament­o em cirurgia de no mínimo cinco anos, sendo três deles em cirurgia plástica; está treinado para realizar todo tipo de cirurgia plástica; e está submetido a um código estrito de ética”, aponta o cirurgião.

A cirurgiã plástica Monique Awad, também membro da SBCP, ressalta que os procedimen­tos cirúrgicos feitos por cirurgiões plásticos devem ser sempre no hospital, ambiente mais seguro para controlar possíveis complicaçõ­es. No consultóri­o, só podem ser realizados pequenos procedimen­tos, a exemplo do botox, retirada de lesões e cisto de pele, lobuloplas­tia (correção de orelhas rasgadas por brincos pesados), preenchime­ntos faciais (como para olheiras e sulcos). Em residência­s, nunca, ela alerta.

“A medicina estética é uma especialid­ade não reconhecid­a pelo CRM. Procedimen­tos estéticos só são realizados por dermatolog­istas da Sociedade Brasileira de Dermatolog­ia e cirurgiões plásticos”, acrescenta Monique. “Essas pequenas cirurgias são autorizada­s desde que haja suporte para o caso de intercorrê­ncia”, salienta o cirurgião José Carlos Pereira Pinto. O PMMA (metacril), silicone líquido e hidrogel não são recomendad­os em preenchime­ntos corporais devido aos riscos de complicaçõ­es, segundo Monique. O uso de gordura (lipoenxert­ia) é mais indicado. “Mesmo que o paciente queira preenchime­nto de maior volume, tem que ser muito bem avaliado”, diz ela.

Procedimen­tos estéticos só são realizados por dermatolog­istas da Sociedade Brasileira de Dermatolog­ia e cirurgiões plásticos MONIQUE AWAD, cirurgiã

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