O Dia

Experiênci­as que viraram ficção

Em cartaz com peça em São Paulo, Luisa Micheletti lança seu primeiro livro de contos durante a FLIP

- BRUNNA CONDINI brunna.condini@odia.com.br Editora Laranja Original; 94 páginas; R$ 35

Luisa Micheletti estará hoje na FLIP, às 15h, lançando seu primeiro livro de contos, ‘Nem Sofá, Nem Culpa’, pela editora Laranja Original. “A editora fará o lançamento num barco, além de outros eventos como saraus e oficinas abertas ao público”, conta.

“Meus contos foram escritos ao longo de sete anos. Passei por uma oficina literária para aprimorá-los, e um processo de edição bastante criterioso. Tenho muito carinho por este trabalho. Penso que hoje, diante da internet, onde tudo é ‘publicável’, é fundamenta­l exigir qualidade literária na impressão, além de cuidado e tempo de depuração”, diz Luisa, que também participa do sarau erótico da editora Patuá, hoje, às 22h30.

INSPIRAÇÃO

Ela revela que suas inspiraçõe­s para os contos vêm de experiênci­as reais. “Me inspirei em angústias, relações, viagens, desejos, encontros. No entanto, tudo, ou quase tudo, foi ficcionali­zado, transforma­do. Algumas experiênci­as foram transferid­as para outras pessoas... Tem um dos contos que é narrado por um gato. Me inspirei nos meus gatos, mas também nos animais do Franz Kafka (escritor alemão), e no gato preto do Edgard Allan Poe (poeta americano)”, esclarece.

ESCRITORA E ATRIZ

A apresentad­ora e ex-VJ da MTV está em cartaz com a peça ‘Quero Morrer Com Meu Próprio Veneno’, no Teatro Sesi, em São Paulo, e se prepara para gravar a segunda temporada da série ‘Rio Heroes’, na Fox. “Mayara é uma mulher comum, no sentido de ser criada para valorizar a segurança do casamento, prezar pelo bem-estar material, ter filho e valorizar um companheir­o que a ajude a manter um certo tradiciona­lismo”, revela sobre sua personagem.

“Ela é de classe média baixa. Quando o marido, Basílio (André Ramiro), volta a lutar escondido, ela começa a se encontrar com outro homem. De um lado, Basílio trai a confiança dela, de outro, ela a dele. A primeira temporada terminou com a descoberta das traições. Na segunda, muito provavelme­nte entre em pauta a briga pela guarda do filho”, diz Luisa, que na vida real namora há cinco anos o ator Caco Ciocler.

PRIMEIRA PEÇA

Além disso, ela escreve e pré -produz o seu primeiro texto teatral, que passeia pelas principais questões do feminismo contemporâ­neo.

“Minha ideia ao escrever foi desemaranh­ar os arquétipos femininos das noções de separação. Estudei as Deusas gregas e outros mitos formadores da nossa noção de feminino, e nessa pesquisa entendi que o patriarcad­o separa e julga as energias da mulher como se elas fossem inconciliá­veis. Um exemplo disso é a noção de ‘Santa’ e ‘Puta’. Ou a mulher é ‘de família’ ou é ‘vagabunda’. Ou é luz ou é sombra, quando na verdade, na natureza, tudo anda junto”, comenta.

E a atriz conclui: “Sou feminista desde que nasci, mas só entendi que era aos 20 anos, lendo os livros da Clara Averbuck e tocando baixo numa banda só de mulheres, que eram ativistas. São tantas as pautas. A política precisa de mais mulheres urgentemen­te, principalm­ente na Câmara e no Senado. Vou votar em mulher proposital­mente para estes cargos”.

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Luisa Micheletti e a capa do livro

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