PETS ALEGRAM A TERCEIRA IDADE
Tutores idosos compartilham o dia a dia com cães e garantem que a vida mudou para melhor após o convívio com os pets
Idosos que passaram a conviver com cães relatam melhorias na qualidade de vida. Izabela Alvarenga, de 75 anos, conta que passou a ser mais feliz depois da chegada da pinscher Pitty, há seis anos.
Oapartamento de Izabela Alvarenga Neuhaus, de 75 anos, no Catete, estava grande demais para ela, que morava sozinha, até a chegada de Pitty, um pinscher, agora com 6 anos. A poucos quilômetros dali, em Copacabana, os dias de Ialva Alves Braga, de 83 anos, também não eram tão animados antes de Bruna, uma poodle de 1 ano e 2 meses. Izabela e Ialva não se conhecem, mas as duas têm uma coisa em comum: tiveram a vida mudada para melhor com a chegada dos pets.
Um estudo de 2017 da University of Lincoln e Glasgow Caledonian University, no Reino Unido, constatou que ter um cão pode ajudar a manter a saúde durante o envelhecimento. De acordo com a pesquisa, tutores de cães andavam 20 minutos a mais por dia em uma caminhada a passo moderado em relação aos que não têm um peludo. E isso aumenta a probabilidade de alcançar os níveis de atividade física recomendados pela Organização Mundial de Saúde, que indica, no mínimo, 150 minutos de exercício de moderado a intenso por semana.
Ialva, que anda numa cadeira motorizada, e Bruna costumam passear pelo calçadão de Copacabana. “E quando ela cansa ou se sente em perigo, pula no meu colo. E viajo com a Bruna também, mas se o lugar não aceita pet, eu não vou”, revelou Ialva, que não cansa de paparicar a ‘filha’. O guarda-roupas da peluda diz tudo sobre a relação das duas. Bruna tem um só para ela com acessórios e roupas da Francisca Francineide Freire Bako, a Cida Vestpet. “Bruna foi um presente do meu filho (José Ricardo Alves) e foi ótimo. Passei a frequentar eventos pets e isso me distrai”, completou.
Já Pitty foi adotado por Izabela ainda bebê - há seis anos - e, como todo pet nessa idade, aprontou: roeu a porta da cozinha toda quando ficou sozinho. Sem saber o que fazer e desesperada com o comportamento do peludo pensou em devolvê-lo. Mas a ideia a fez chorar. Foi quando Pitty se aproximou dela e começou a lambê-la. E eles nunca mais se separaram. “Ele me olhava fixo como quem pedia para não ser abandonado. Era um sinal também de pedidos de desculpa”, lembrou Izabela, contando porque decidiu adotar um cachorro.
“Eu estava sozinha, a casa era grande, e sentia que faltava algo. Pitty preencheu esse vazio. Chego em casa e ele corre para me abraçar”, destacou Izabela revelando uma curiosidade: “Pitty atende o telefone e chora quando escuta a voz de alguém conhecido do outro lado da linha”.
Eu estava sozinha, a casa era grande, e sentia que faltava algo. Pitty (o pinscher) preencheu esse vazio
IZABELA ALVARENGA